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Construção do conhecimento agroecológico - Ministério do ...

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Outro sinal <strong>do</strong> protagonismo <strong>do</strong>s(as) educa<strong>do</strong>res(as) comunitários(as)<br />

foi o seu nível de envolvimento na criação de uma meto<strong>do</strong>logia participativa<br />

de formação em segurança alimentar nutricional urbana com enfoque de<br />

gênero. Nesse senti<strong>do</strong>, a equipe teve que nivelar seu entendimento em<br />

relação à finalidade da educação informal, conseguin<strong>do</strong> chegar ao consenso<br />

de que o processo de aprendizagem não significa somente adquirir novas<br />

informações, mas também tem a ver com os sentimentos, atitudes, crenças,<br />

costumes e ações <strong>do</strong>s envolvi<strong>do</strong>s. Percebe-se que é preciso mexer com<br />

as várias faculdades <strong>do</strong> ser humano, não somente lidan<strong>do</strong> com o plano<br />

racional, mas entran<strong>do</strong> também no terreno da subjetividade, o que facilita<br />

a interiorização <strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s por parte <strong>do</strong>s sujeitos. A visão da Rede e da<br />

equipe de educa<strong>do</strong>res(as) e assessores(as) comunitários(as) é que as meto<strong>do</strong>logias<br />

participativas não devem ser um fim em si mesmas, mas devem ser<br />

utilizadas para a construção de consciência no coletivo, ten<strong>do</strong> como princípio<br />

nortea<strong>do</strong>r o processo de formação enquanto projeto político.<br />

Dentro da concepção meto<strong>do</strong>lógica, merece destaque o valor atribuí<strong>do</strong><br />

à experimentação e inovação. Os conteú<strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>s serviram como<br />

insumos <strong>do</strong> processo experimental e houve um esforço para manter uma<br />

relação de retro-alimentação entre as informações e <strong>conhecimento</strong>s trabalha<strong>do</strong>s<br />

e a vivência. Nesse senti<strong>do</strong>, a preocupação não foi simplesmente<br />

intercalar prática e teoria, mas criar uma dinâmica de aprendizagem na qual<br />

a prática realmente alimenta a elaboração teórica. No caso da agricultura<br />

urbana, essa dinâmica foi visível a partir da experimentação das tecnologias<br />

apropriadas em pequenos espaços pelas famílias, ten<strong>do</strong> como bagagem<br />

sua própria intuição e os <strong>conhecimento</strong>s herda<strong>do</strong>s por seus antepassa<strong>do</strong>s<br />

na área rural. As famílias trocavam entre si as tecnologias testadas nos seus<br />

quintais, mostran<strong>do</strong> assim a viabilidade das mesmas. Nas oficinas, essas<br />

experimentações serviram como ponto de partida para o aprofundamento<br />

teórico e conceitual.<br />

d) Caráter multidisciplinar <strong>do</strong> modelo de formação<br />

Outro diferencial desse modelo de formação é seu caráter multidisciplinar,<br />

já que aborda diversifica<strong>do</strong> leque de temas, que vão desde plantas<br />

medicinais até as relações sociais (gênero, geração). Nos diagnósticos urbanos<br />

participativos, verificou-se que muitas famílias plantavam diversos<br />

alimentos nos seus quintais, embora seus hábitos alimentares não refletissem<br />

essa diversidade. Por isso, percebeu-se a necessidade de conduzir um<br />

processo educativo que não fosse simplesmente volta<strong>do</strong> para a produção<br />

<strong>Construção</strong> <strong>do</strong> Conhecimento Agroecológico 205

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