Construção do conhecimento agroecológico - Ministério do ...
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sen<strong>do</strong> pequenas. Por exemplo, os homens, muitas vezes, traziam sementes<br />
e esterco para o espaço <strong>do</strong> quintal e ajudavam na construção de cercas. Ao<br />
longo <strong>do</strong> processo, procurávamos identificar e potencializar essas contribuições<br />
masculinas, incentivan<strong>do</strong> sua participação mais plena nas outras<br />
atividades, para que pudesse existir uma certa unidade na realização <strong>do</strong><br />
trabalho, em nível familiar e comunitário.<br />
Visan<strong>do</strong> a alcançar essa unidade, priorizamos a re-significação <strong>do</strong> quintal<br />
enquanto um espaço familiar em nossa abordagem meto<strong>do</strong>lógica, o que<br />
contribuiu para uma melhora significativa nas relações <strong>do</strong> casal. O valor <strong>do</strong><br />
quintal cresceu simbolicamente no imaginário coletivo das pessoas envolvidas,<br />
e, conseqüentemente, as relações passaram por transformações. Em<br />
alguns casos, as atividades realizadas no quintal representavam os únicos<br />
momentos em que to<strong>do</strong>s os membros da família se encontravam para fazer<br />
uma ação coletiva.<br />
Dessa forma, questões que remetem à saúde e meio ambiente deixaram<br />
de ser preocupações exclusivamente femininas para serem assumidas, de<br />
fato, pela família como um to<strong>do</strong>. O quintal, por sua vez, começa a ser visto<br />
como um espaço de convivência familiar e comunitária. Diante disso, percebe-se<br />
que é necessário que to<strong>do</strong> projeto social que se desenvolva nesse<br />
campo de segurança alimentar urbana contribua para a re-significação <strong>do</strong><br />
quintal, não somente enquanto um espaço de produção agroecológica, mas<br />
também enquanto um espaço volta<strong>do</strong> para a construção de novas relações<br />
sociais.<br />
5. Desafios identifica<strong>do</strong>s<br />
a) Conversão de uma experiência-piloto numa política pública universal<br />
A Rede sempre teve como missão a intervenção em políticas públicas a<br />
partir de sua experiência em processos de desenvolvimento local e sustentável<br />
em comunidades urbanas e rurais. Enquanto o poder público tem a<br />
tendência de dar importância a resulta<strong>do</strong>s quantitativos nos projetos sociais,<br />
buscan<strong>do</strong> formas de replicar experiências bem-sucedidas em uma escala<br />
macro, com populações maiores, os grupos comunitários e organizações<br />
não-governamentais têm acúmulo na construção de processos de formação<br />
em uma escala micro, com populações menores, cultivan<strong>do</strong> a preocupação<br />
com as dinâmicas locais. Porém, a noção de que uma experiência desenvolvida<br />
em nível local, só por ter si<strong>do</strong> bem-sucedida, pode se tornar uma po-<br />
<strong>Construção</strong> <strong>do</strong> Conhecimento Agroecológico 215