Construção do conhecimento agroecológico - Ministério do ...
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gia para formar multiplica<strong>do</strong>res, porém, apesar de utilizar meto<strong>do</strong>logias<br />
participativas, não houve capacitação <strong>do</strong>s participantes no uso das<br />
meto<strong>do</strong>logias de educação popular, para dar suporte ao trabalho de multiplicação<br />
nos locais de moradia. Além disso, ao apresentar diversos conteú<strong>do</strong>s<br />
para serem assimila<strong>do</strong>s, supunha-se, de certa forma, que, ao <strong>do</strong>minar<br />
mais <strong>conhecimento</strong>s e práticas, os participantes teriam uma maior facilidade<br />
para repassar o aprendiza<strong>do</strong> e se tornarem multiplica<strong>do</strong>res. Portanto,<br />
não foi proporciona<strong>do</strong> um espaço para a experimentação e avaliação da<br />
diversidade de instrumentos meto<strong>do</strong>lógicos que pudesse subsidiar esse<br />
processo de multiplicação, como também não houve discussão sobre o papel<br />
<strong>do</strong>s(as) multiplica<strong>do</strong>res(as) nos processos educativos e organizativos.<br />
Podemos concluir então que esses cursos não preparavam suficientemente<br />
os mora<strong>do</strong>res para exercer sua nova função nas comunidades locais, enquanto<br />
experimenta<strong>do</strong>res(as), multiplica<strong>do</strong>res(as) e educa<strong>do</strong>res(as)<br />
comunitários(as).<br />
Outra consideração relevante é que a figura de técnico(a) local, por ser<br />
de grande referência nas comunidades urbanas, enquanto anima<strong>do</strong>r(a) de<br />
ações locais, às vezes dificultava o protagonismo <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res que estavam<br />
se tornan<strong>do</strong> lideranças comunitárias. Alguns mora<strong>do</strong>res ficavam inibi<strong>do</strong>s<br />
diante da eficiência <strong>do</strong>s(as) técnicos(as) para coordenar os processos<br />
locais e, por esse motivo, tinham receio de ocupar posições de liderança.<br />
Essa observação nos remete a uma reflexão mais ampla sobre a necessidade<br />
de esclarecer os diferentes papéis que devem ser assumi<strong>do</strong>s pelos<br />
técnicos(as) e pelas lideranças comunitárias nos trabalhos comunitários.<br />
Como técnicos(as) das organizações sociais, se nossa função é incentivar o<br />
desenvolvimento da capacidade de liderança <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res das comunidades<br />
locais, é preciso ficar bem atentos(as) aos limites de nosso papel e<br />
observar, cuida<strong>do</strong>samente, nossas formas de conduzir processos coletivos.<br />
Criação de uma nova estratégia de formação<br />
Em julho de 2002, a Rede chamou as lideranças das comunidades urbanas<br />
para participarem da elaboração de um projeto que pudesse superar<br />
esses obstáculos que já se apresentavam. A idéia era criar, de maneira coletiva<br />
e participativa, uma nova estratégia de formação. Isso representou um<br />
passo na construção da autonomia <strong>do</strong>s grupos locais, uma vez que o foco<br />
<strong>do</strong> projeto estava na consolidação de uma equipe de seis educa<strong>do</strong>ras e três<br />
assessores comunitários, com capacidade de mobilizar os mora<strong>do</strong>res em<br />
torno das temáticas definidas, assessorar tecnicamente a produção de ali-<br />
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<strong>Construção</strong> <strong>do</strong> Conhecimento Agroecológico