Construção do conhecimento agroecológico - Ministério do ...
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A experiência de organizações que vêm, desde alguns anos, investin<strong>do</strong><br />
no processo de formação de agricultores para atuarem como protagonistas<br />
em programas de assessoria técnica mostra que a ação <strong>do</strong>s mesmos vai se<br />
tornan<strong>do</strong> cada vez mais qualificada e complexa, exigin<strong>do</strong> também novos<br />
aportes técnico-meto<strong>do</strong>lógicos, políticos e financeiros para a potencialização<br />
de suas ações. Dessa forma, o investimento em programas de<br />
formação para os(as) agricultores(as) será insuficiente se os mesmos não<br />
estiverem mergulha<strong>do</strong>s em um ambiente de interações técnicas, sociais e<br />
políticas que possibilite a atualização permanente <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> e a<br />
adequação de soluções às novas questões que se apresentam.<br />
A experiência desenvolvida pelo CAA na assessoria à Cooperativa Grande<br />
Sertão demonstra que a opção por uma estratégia meto<strong>do</strong>lógica de acompanhamento<br />
sócio-técnico centra<strong>do</strong> na relação agricultor(a)–agricultor(a)<br />
é favorecida a partir da inserção <strong>do</strong>s(as) mesmos(as) em redes de interações<br />
mais diversas, desde o âmbito local junto às famílias, comunidades, municípios,<br />
até em espaços de articulações mais amplas, relacionadas com a<br />
gestão de políticas públicas ou com os movimentos sociais, em nível nacional<br />
e internacional. Interagin<strong>do</strong> nesse denso ambiente institucional, os<br />
agricultores e agricultoras vão se aproprian<strong>do</strong> de novos elementos e percepções,<br />
retroalimentan<strong>do</strong> a sua própria atuação.<br />
Desses processos de construção <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> <strong>agroecológico</strong> desenvolvi<strong>do</strong>s<br />
pelas organizações da AMA, inúmeros agricultores e agricultoras<br />
têm assumi<strong>do</strong> os espaços de liderança e, ao mesmo tempo, de diálogo entre<br />
o seu lugar e o conjunto da sociedade. O desafio que se apresenta é<br />
como fazer para que esses serviços presta<strong>do</strong>s por agricultores e agricultoras<br />
sejam reconheci<strong>do</strong>s como serviços comunitários e públicos, deven<strong>do</strong>, portanto,<br />
ser cria<strong>do</strong>s instrumentos de financiamento público para viabilizá-los<br />
de forma contínua.<br />
A ação em redes<br />
A perspectiva da ação em redes socio-técnicas de construção de <strong>conhecimento</strong>,<br />
orientada por relações horizontais entre agricultores(as),<br />
técnicos(as), pesquisa<strong>do</strong>res(as) e instituições, se revela como uma experiência<br />
política transforma<strong>do</strong>ra na medida em que pavimenta um ambiente<br />
institucional em que a cultura corporativista, autoritária e centralista perde<br />
o senti<strong>do</strong>. A inserção proativa <strong>do</strong>s(as) agricultores(as) e suas organizações<br />
no interior dessas redes, ao mesmo tempo em que cria uma postura<br />
institucional mais aberta, favorece interações com as dinâmicas locais, cri-<br />
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<strong>Construção</strong> <strong>do</strong> Conhecimento Agroecológico