Construção do conhecimento agroecológico - Ministério do ...
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4. O papel das organizações de produtores e produtoras na<br />
condução <strong>do</strong>s processos de construção <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong><br />
Praticamente todas as experiências apresentadas expressam claramente<br />
o objetivo ou a preocupação de fortalecer as organizações <strong>do</strong>s(as)<br />
próprios(as) agricultores(as). No entanto, fica claro que existe, dentro <strong>do</strong><br />
movimento <strong>agroecológico</strong>, uma grande diversidade de caminhos e meios<br />
para se atingir esse objetivo. Alguns exemplos:<br />
A experiência da APA-RO pode ser considerada um caso particular, uma<br />
vez que o processo de construção <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> está estrutura<strong>do</strong> efetivamente<br />
dentro de uma organização de agricultores. Trata-se de uma associação<br />
que aprimorou de maneira exemplar o seu processo interno de reflexão,<br />
de busca por novos <strong>conhecimento</strong>s, de formação de agricultores<br />
<strong>agroecológico</strong>s, de capacitação pela dinâmica agricultor-agricultor, de<br />
comercialização, entre outros aspectos. A forma de estruturação da APA<br />
demonstra que a organização buscou fortalecer a sua autonomia e independência,<br />
inclusive com relação às entidades de assessoria e serviços de<br />
extensão rural, o que parece ser um <strong>do</strong>s elementos mais importantes dessa<br />
experiência.<br />
Em alguns casos, a estratégia de intervenção se pauta na capacitação/<br />
formação de grupos informais que passam a assumir uma dinâmica própria,<br />
muitas vezes dan<strong>do</strong> origem a uma nova organização. Há vários exemplos<br />
de grupos de agricultores-experimenta<strong>do</strong>res que iniciaram sua atuação no<br />
âmbito <strong>do</strong> movimento sindical, com o apoio de organizações de assessoria,<br />
mas que atualmente se agregam em novas organizações de caráter cooperativo<br />
ou associativo, sem, no entanto, aban<strong>do</strong>nar seus vínculos sindicais.<br />
Tendências desse tipo podem ser observadas nas experiências no semiári<strong>do</strong><br />
<strong>do</strong> Sasop, <strong>do</strong> Centro Sabiá, <strong>do</strong> Centro Agroecológico Tamanduá (CAT)<br />
e <strong>do</strong> Centro de Agricultura Alternativa (CAA), por exemplo.<br />
Nesses casos, fica evidente que houve uma orientação das ações segun<strong>do</strong><br />
uma lógica comercial ou de merca<strong>do</strong>, assim como uma busca de uma<br />
estrutura organizativa formal. Isso nos leva a refletir sobre o futuro <strong>do</strong>s<br />
trabalhos foca<strong>do</strong>s em grupos informais. Tenderiam esses grupos a permanecer<br />
na informalidade ou a se consolidar em estruturas formais? Como<br />
esse processo de formalização afeta, positiva ou negativamente, a construção<br />
<strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> <strong>agroecológico</strong>?<br />
Entretanto, em algumas das experiências, o foco da intervenção permanece<br />
sen<strong>do</strong> os STRs e não as novas organizações de orientação mais co-<br />
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<strong>Construção</strong> <strong>do</strong> Conhecimento Agroecológico