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Construção do conhecimento agroecológico - Ministério do ...

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Agroecologia em sua família, comunidade, município ou grupo social. Embora<br />

essa identidade seja valorizada e trabalhada nos modelos de intervenção<br />

das organizações, em muitos casos os parâmetros de representação<br />

e da função a ser exercida pelos(as) agricultores(a) tendem a se sobrepor,<br />

assumin<strong>do</strong> lugar central nos projetos.<br />

Por fim, no caso da Associação <strong>do</strong>s Produtores Alternativos de Rondônia<br />

(APA-RO), o processo de construção <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> se deu no interior de<br />

uma organização de agricultores familiares com critérios próprios para a<br />

escolha <strong>do</strong>s produtores-técnicos, que assumiram a função de assessoria<br />

junto a outros grupos interessa<strong>do</strong>s em a<strong>do</strong>tar práticas agroecológicas.<br />

Os elementos levanta<strong>do</strong>s acima permitem visualizar os vários modelos de<br />

organização e disseminação <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> <strong>agroecológico</strong> e o papel específico<br />

exerci<strong>do</strong> pelos agricultores e agricultoras dentro de cada modelo. A partir<br />

desses aspectos, podemos identificar algumas questões problematiza<strong>do</strong>ras:<br />

O risco de diferenciação social<br />

Há fortes evidências de que os(as) agricultores(as) envolvi<strong>do</strong>s(as) nos<br />

processos de geração e difusão de <strong>conhecimento</strong>s aqui analisa<strong>do</strong>s têm contribuí<strong>do</strong><br />

para o avanço das práticas agroecológicas em suas localidades. No<br />

entanto, alguns relatos alertam para o risco de se criar uma diferenciação<br />

social nas comunidades ou municípios na medida em que, dentro de um<br />

grupo social mais amplo, somente aqueles(as) escolhi<strong>do</strong>s(as) segun<strong>do</strong> critérios<br />

predefini<strong>do</strong>s têm acesso a novas informações, contatos e <strong>conhecimento</strong>s,<br />

sem necessariamente transmiti-los com eficácia a um número maior<br />

de pessoas. Isso traz à tona o velho problema da relação entre as lideranças<br />

e sua base social e levanta a seguinte questão: será que com isso<br />

não se estaria favorecen<strong>do</strong> a formação de uma elite local detentora de<br />

informações, <strong>conhecimento</strong>s e, portanto, de poder?<br />

Agricultores e agricultoras como presta<strong>do</strong>res de serviços<br />

Ao se atribuir a agricultores–inova<strong>do</strong>res ou experimenta<strong>do</strong>res a função<br />

de difusores de saberes e práticas agroecológicas, os mesmos são eleva<strong>do</strong>s<br />

à categoria de presta<strong>do</strong>res de serviços. À primeira vista essa estratégia<br />

pode parecer uma boa alternativa para as organizações de assessoria que,<br />

quase sempre, se deparam com escassez de recursos e pessoal, ao mesmo<br />

tempo em que procuram ampliar os impactos das suas intervenções.<br />

Mas atribuir novas funções àqueles agricultores implica em equacionar<br />

questões complexas. A implementação de arranjos desse tipo traz consigo<br />

30<br />

<strong>Construção</strong> <strong>do</strong> Conhecimento Agroecológico

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