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Construção do conhecimento agroecológico - Ministério do ...

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medida em que diferentes STRs e organizações de âmbito comunitário assumem<br />

para si o desafio de replicar méto<strong>do</strong>s e formas de organização <strong>do</strong><br />

Pólo em suas próprias áreas de atuação. Fazem isso ao criarem suas próprias<br />

comissões temáticas, ao alocarem seus recursos financeiros para arcar<br />

com os custos de reuniões, atividades de intercâmbio, cursos comunitários<br />

e municipais, etc.<br />

Independentemente das condições políticas ou financeiras que vierem<br />

a ser edificadas no futuro, a irradiação e a sustentabilidade das redes de<br />

agricultores-experimenta<strong>do</strong>res na região só serão asseguradas se elas permanecerem<br />

fundamentadas em uma base ética que compreende o <strong>conhecimento</strong><br />

como um bem a ser livremente partilha<strong>do</strong> para que seja continuamente<br />

aprimora<strong>do</strong> em benefício da coletividade. Esse princípio se contrapõe<br />

à noção <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> como merca<strong>do</strong>ria que vem justifican<strong>do</strong>, em<br />

outros contextos, a privatização <strong>do</strong> saber em benefício de estruturas de<br />

poder que sustentam as desigualdades sociais.<br />

3. Alguns ensinamentos<br />

A trajetória evolutiva <strong>do</strong> Programa de Desenvolvimento Local da AS-<br />

PTA no agreste da Paraíba é rica em ensinamentos relaciona<strong>do</strong>s ao méto<strong>do</strong><br />

para a promoção da Agroecologia. No curso <strong>do</strong>s 14 anos de atuação, logramos<br />

exercitar na prática o que inicialmente estava presente unicamente em<br />

nossa retórica discusiva, ou seja, a necessidade de valorizar <strong>conhecimento</strong>s<br />

populares, de promover o diálogo de saberes, de apreender a realidade<br />

pelo enfoque sistêmico etc. Fizemos isso ao escapar <strong>do</strong> positivismo lógico<br />

das abordagens difusionistas engendradas, em princípio, para modernizar<br />

a agricultura.<br />

Se houvéssemos que singularizar essa evolução em uma idéia<br />

sintetiza<strong>do</strong>ra, diríamos: “recolocamos as técnicas no universo históricocultural<br />

das comunidades”. Essa idéia-chave realça o caráter eminentemente<br />

instrumental das técnicas, ou seja, o fato de que elas são apenas meios<br />

para o alcance de fins predetermina<strong>do</strong>s. Como produto da cultura, elas devem<br />

ser concebidas como o resulta<strong>do</strong> de um processo de invenção local<br />

destina<strong>do</strong> a resolver problemas específicos e criar melhores condições de<br />

bem-estar em um determina<strong>do</strong> contexto histórico.<br />

As abordagens difusionistas não fazem outra coisa que não esterilizar<br />

a criatividade local, levan<strong>do</strong> as comunidades a uma situação de passividade<br />

frente à inovação que lhes chega pelas mãos de profissionais (ou agri-<br />

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<strong>Construção</strong> <strong>do</strong> Conhecimento Agroecológico

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