Construção do conhecimento agroecológico - Ministério do ...
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nalmente associa<strong>do</strong> à agricultura familiar no interior da nossa sociedade,<br />
ou, como foi traduzi<strong>do</strong> no seminário da AMA, é preciso que ocorra uma<br />
quebra de paradigmas. As condições abrangem desde a formação técnica,<br />
meto<strong>do</strong>lógica e política de agricultores e agricultoras até a disponibilização<br />
<strong>do</strong>s meios para que os mesmos assumam a função de monitores(as), agentes,<br />
assessores(as), educa<strong>do</strong>res(as) ou mobiliza<strong>do</strong>res(as) – de acor<strong>do</strong> com<br />
a denominação dada por cada entidade – nas comunidades e em espaços<br />
mais amplos de articulação e negociação de políticas para a agricultura<br />
familiar.<br />
As diversas experiências de formação, baseadas em meto<strong>do</strong>logias<br />
participativas e desenvolvidas pelas organizações da AMA, podem ser analisadas<br />
a partir da concepção a<strong>do</strong>tada por Maria da Glória Gohn (2005)<br />
para refletir sobre os movimentos sociais e o protagonismo da sociedade<br />
civil. A autora concebe a participação como um processo de vivência que<br />
cria novos significa<strong>do</strong>s para o grupo, desenvolven<strong>do</strong> consciência crítica,<br />
reiteran<strong>do</strong> ou geran<strong>do</strong> novos valores e práticas e agregan<strong>do</strong> força<br />
sociopolítica. Nessa perspectiva, a construção <strong>do</strong> protagonismo é um processo<br />
pelo qual os atores sociais se transformam em sujeitos políticos. Trata-se<br />
de um processo de emancipação real e proativa, construí<strong>do</strong> na prática<br />
cotidiana, buscan<strong>do</strong> a autonomia <strong>do</strong>s sujeitos.<br />
Meto<strong>do</strong>logias de formação sustentadas por uma disposição dialógica e<br />
por um compromisso com o senti<strong>do</strong> real de participação propiciam a emergência<br />
<strong>do</strong> protagonismo <strong>do</strong>s agricultores e agricultoras nos processos de<br />
construção <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> <strong>agroecológico</strong>. Os aprendiza<strong>do</strong>s nesse senti<strong>do</strong>,<br />
extraí<strong>do</strong>s das experiências <strong>do</strong> CTA, <strong>do</strong> CAT e da Rede apresentadas nesta<br />
publicação, apontam que a formação em Agroecologia deve englobar as<br />
dimensões técnica e sociopolítica e deve estar conectada às dinâmicas sociais<br />
em curso, de forma que funcione como elemento catalisa<strong>do</strong>r de processos<br />
coletivos.<br />
Os programas de formação devem ser concebi<strong>do</strong>s e coordena<strong>do</strong>s por<br />
organizações de agricultores em parceria com as entidades assessoras. A<br />
meto<strong>do</strong>logia deve valorizar os <strong>conhecimento</strong>s acumula<strong>do</strong>s pelos agricultores<br />
e agricultoras e privilegiar a troca de experiências entre eles e os(as)<br />
técnicos(as) e pesquisa<strong>do</strong>res(as), promoven<strong>do</strong> uma interconexão entre três<br />
elementos – formação, experimentação e socialização de <strong>conhecimento</strong>s –, ten<strong>do</strong><br />
as propriedades como referências teórico-práticas, tanto no caso das comunidades<br />
rurais quanto no caso <strong>do</strong>s quintais urbanos. O registro e a produção<br />
de materiais que sistematizem a experiência também são fundamentais<br />
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<strong>Construção</strong> <strong>do</strong> Conhecimento Agroecológico