Construção do conhecimento agroecológico - Ministério do ...
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que passou a debater o tema ten<strong>do</strong> como referência as experiências locais<br />
e influencian<strong>do</strong> as políticas públicas locais, regionais e estaduais. A criação<br />
<strong>do</strong> Conselho de SAN (Consea) <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> da Bahia teve forte influência<br />
dessa dinâmica regional, por ser uma das principais referências de mobilização<br />
no esta<strong>do</strong>. Nesse senti<strong>do</strong>, foram realmente estabeleci<strong>do</strong>s os vínculos<br />
entre a ação local e as escalas regionais e estadual.<br />
No âmbito da ação de SAN, a rapidez e eficiência com que ocorreu a<br />
disseminação <strong>do</strong> trabalho de beneficiamento de frutas na região sugerem<br />
que essa rede social de entidades, monitoras, comunidades e agricultores(as)<br />
teve papel decisivo na irradiação de <strong>conhecimento</strong>s. Os desafios que cabem<br />
agora são manter os estímulos que alimentam essa rede e aprofundar uma<br />
reflexão coletiva sobre quais os mecanismos (méto<strong>do</strong>s) que têm favoreci<strong>do</strong><br />
esses processos de disseminação, sejam a partir das organizações, das assessorias<br />
ou das comunidades/agricultores.<br />
No caso da apicultura, também se percebe uma forte disseminação da<br />
atividade na região, provavelmente impulsionada pelos grupos de apicultores<br />
e associações comunitárias, que foram o foco <strong>do</strong> trabalho na estratégia<br />
inicial. Entretanto, se essa hipótese for verdadeira, precisa ser explicitada.<br />
Ao voltar sua atenção, num perío<strong>do</strong> mais recente, prioritariamente<br />
para as estruturas organizativas, o Sasop pode estar deixan<strong>do</strong> de registrar<br />
o papel fundamental exerci<strong>do</strong> pelos(as) agricultores(as) no processo de<br />
disseminação de <strong>conhecimento</strong>s e de irradiação <strong>do</strong>s acúmulos gera<strong>do</strong>s pelas<br />
experiências.<br />
A questão da autonomia <strong>do</strong>s agricultores e das suas organizações na<br />
condução <strong>do</strong>s processos de desenvolvimento local é outro ponto que merece<br />
um debate institucional mais aprofunda<strong>do</strong>. De um la<strong>do</strong>, houve um<br />
processo de autonomia das agricultoras na condução das capacitações em<br />
beneficiamento e educação alimentar por meio da formação das monitoras<br />
e da valorização <strong>do</strong>s intercâmbios de experiências. Além disso, foram os<br />
<strong>do</strong>is STRs (Campo Alegre e Remanso) que assumiram a gestão desses processos,<br />
assim como a operacionalização <strong>do</strong> beneficiamento de frutas.<br />
Por outro la<strong>do</strong>, as comunidades parecem ter manti<strong>do</strong> um certo grau de<br />
dependência em relação aos cursos realiza<strong>do</strong>s pelo Sasop (<strong>conhecimento</strong>),<br />
aos fomentos e equipamentos apoia<strong>do</strong>s pela entidade e à presença <strong>do</strong>s<br />
técnicos. Em alguns casos, essa dependência também se revelou nas parcerias<br />
com as organizações, sen<strong>do</strong> que muitas vezes as demandas se concentravam<br />
nos recursos e na infra-estrutura, como no caso da parceria com a<br />
Coapical.<br />
<strong>Construção</strong> <strong>do</strong> Conhecimento Agroecológico 251