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Construção do conhecimento agroecológico - Ministério do ...

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Os elementos apresenta<strong>do</strong>s suscitam o questionamento de como tem<br />

se da<strong>do</strong> o processo de organização e circulação <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> no âmbito<br />

de cada experiência e, portanto, de cada contexto social específico. Como<br />

as organizações estão organizan<strong>do</strong> e difundin<strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong>s? A partir<br />

de uma orientação de merca<strong>do</strong>? A partir de uma tecnologia considerada<br />

prioritária? A partir de problemas identifica<strong>do</strong>s no diagnóstico da realidade?<br />

A partir de uma cadeia produtiva ou produto? Qual a distância entre<br />

esses formatos de organização <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> e os princípios da<br />

Agroecologia?<br />

Aqui será importante refletir sobre o papel das sistematizações das<br />

experiências das pessoas e grupos e sua relação com a geração de novos<br />

saberes. As sistematizações podem ocorrer segun<strong>do</strong> lógicas verticais ou<br />

horizontais de geração e disseminação <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong>. Nas experiências<br />

analisadas há importantes pistas que podem subsidiar a formulação de novos<br />

modelos de intervenção e construção <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> de maneira<br />

horizontalizada. Para tanto, há escolhas a serem feitas: o que sistematizar?<br />

Por que sistematizar? Com que objetivo?<br />

Outra pista importante apontada por algumas organizações tem a ver<br />

com processos de comunicação social que possam tornar públicos tanto os<br />

<strong>conhecimento</strong>s gera<strong>do</strong>s quanto os meios para acessá-los. Várias organizações<br />

relatam que estão elaboran<strong>do</strong> boletins, informes, programas de rádio<br />

e outros instrumentos para a difusão ampla de saberes e práticas.<br />

Por fim, um elemento que praticamente não foi aborda<strong>do</strong> nas experiências,<br />

mas que parece estar intrínseco às mesmas, é o senti<strong>do</strong> ético da<br />

construção <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong>. Por ser uma fonte de poder, o livre acesso<br />

das pessoas ao <strong>conhecimento</strong> implica também a distribuição de poder na<br />

sociedade.<br />

Persistência <strong>do</strong> modelo difusionista<br />

Uma das maiores dificuldades meto<strong>do</strong>lógicas observada nos relatos<br />

das experiências diz respeito à permanência <strong>do</strong> enfoque difusionista, mesmo<br />

em iniciativas de inspiração agroecológica. Ao negar o modelo produtivo<br />

da chamada Revolução Verde, várias organizações procuraram alternativas<br />

tecnológicas que pudessem viabilizar os sistemas produtivos da agricultura<br />

familiar em bases sustentáveis. Mas, ao esboçar os méto<strong>do</strong>s que as levariam<br />

a um novo modelo produtivo, essas organizações recorreram aos mesmos procedimentos<br />

de difusão de tecnologias enraiza<strong>do</strong>s na formação acadêmica da<br />

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<strong>Construção</strong> <strong>do</strong> Conhecimento Agroecológico

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