Construção do conhecimento agroecológico - Ministério do ...
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A trajetória da Rede Ater Nordeste:<br />
construin<strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> <strong>agroecológico</strong> pelo<br />
Nordeste brasileiro<br />
Marcelo Galassi F. Paranhos 1 , Luciano Marçal da Silveira 2 e Francisco Nogueira 3<br />
1. Introdução<br />
No primeiro mandato <strong>do</strong> Governo Lula, foi estabelecida e passou a ser<br />
implementada, pelo <strong>Ministério</strong> <strong>do</strong> Desenvolvimento Agrário (MDA), a Política<br />
Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Pnater), que norteia<br />
as ações <strong>do</strong> governo federal direcionadas para a qualificação, a reorganização<br />
e o fortalecimento <strong>do</strong>s serviços de Ater no Brasil. Sob forte influência<br />
das práticas inova<strong>do</strong>ras de Ater das ONGs e <strong>do</strong>s movimentos sociais no<br />
campo, a Política Nacional de Ater assumiu como prioridade o fortalecimento<br />
da agricultura familiar e a promoção da Agroecologia. Frente a essa<br />
conjuntura, entidades (primeiro individualmente e em seguida numa perspectiva<br />
coletiva) se sentiram desafiadas a dizer e fazer algo por uma nova<br />
política de Ater. Nesse senti<strong>do</strong>, era necessário explicitar os acúmulos<br />
institucionais e coletivos, assim como as concepções e práticas vivenciadas<br />
na ação em rede.<br />
O diálogo entre o governo brasileiro e ONGs com atuação no campo da<br />
agricultura familiar e da Agroecologia foi favoreci<strong>do</strong> com o re<strong>conhecimento</strong>,<br />
pelo Esta<strong>do</strong>, <strong>do</strong> trabalho e acúmulos históricos de entidades como o<br />
Movimento de Organização Comunitária (MOC), a Associação de Orientação<br />
à Cooperativas <strong>do</strong> Nordeste (Assocene), o Centro de Estu<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Trabalho<br />
e de Assessoria ao Trabalha<strong>do</strong>r (Cetra) e Diaconia, além <strong>do</strong> conjunto<br />
de entidades integrantes da antiga Rede PTA no Nordeste, como o<br />
Centro de Assessoria e Apoio aos Trabalha<strong>do</strong>res e Instituições Não-Governamentais<br />
Alternativas (Caatinga), o Programa de Aplicação de Tecnologia<br />
Apropriada às Comunidades (Patac), o Centro Sabiá, a Assessoria<br />
e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa (AS-PTA), o Serviço de<br />
Assessoria às Organizações Populares Rurais (Sasop) e o Centro de Pesquisa<br />
e Assessoria Esplar. Surgiu, então, a possibilidade de o governo<br />
apoiar as ações de Ater por meio <strong>do</strong> fortalecimento das dinâmicas de<br />
redes existentes no Nordeste.<br />
A maioria das entidades que vieram a compor a Rede Ater Nordeste já<br />
interagia em diversas dinâmicas de redes, como a Articulação <strong>do</strong> Semi-Ári-<br />
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<strong>Construção</strong> <strong>do</strong> Conhecimento Agroecológico