20.04.2013 Views

Construção do conhecimento agroecológico - Ministério do ...

Construção do conhecimento agroecológico - Ministério do ...

Construção do conhecimento agroecológico - Ministério do ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Entretanto, um desafio latente é fazer com que os movimentos sociais<br />

conheçam mais a fun<strong>do</strong> e se apropriem desses instrumentos legais para<br />

concretizar o projeto da escola desejada, pressionan<strong>do</strong> os poderes públicos<br />

a implementarem suas propostas. E, ainda que não queiram e não devam<br />

assumir o papel <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, os movimentos sociais podem e devem<br />

lutar para que as experiências que estão dan<strong>do</strong> certo sejam incorporadas<br />

como projeto político sem que percam sua autonomia ou sejam excluídas<br />

da gestão das políticas.<br />

Finalmente, é imprescindível que o poder público assuma e se responsabilize<br />

pela manutenção <strong>do</strong>s projetos de educação <strong>do</strong> campo, onde o analfabetismo<br />

ainda é um grande problema. Assim como a falta de terra é um<br />

entrave para a construção da Agroecologia, o analfabetismo compromete o<br />

desenvolvimento da educação agroecológica.<br />

7. Relação campo x cidade<br />

Um <strong>do</strong>s desafios presentes é fazer educação <strong>do</strong> campo com os educa<strong>do</strong>res<br />

que vêm da cidade, que se formam na cidade e que têm que construir<br />

uma nova identidade. Para ser educa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> campo, popular, é preciso ter<br />

compromisso político e estar disposto a mergulhar na cultura das áreas<br />

rurais. Isso significa valorizar o que tem na terra, reconhecen<strong>do</strong> o valor <strong>do</strong><br />

campo em si e não o valor <strong>do</strong> campo para a cidade.<br />

Seguin<strong>do</strong> a trilha proposta por Paulo Freire (1975), temos que trazer à<br />

tona o problema da comunicação entre duas lógicas que se negam. O <strong>conhecimento</strong><br />

produzi<strong>do</strong> pelo urbano acerca <strong>do</strong> rural concebe a educação<br />

como um instrumento universal. Ou seja, parte <strong>do</strong> princípio de que educação<br />

camponesa não precisa ter características específicas. Uma visão que<br />

incute nas pessoas <strong>do</strong> campo um saber que não necessariamente lhes interessa<br />

ou <strong>do</strong> qual elas possam tirar pouco proveito nas suas práticas sociais.<br />

Essa concepção é completamente diferente de propostas alternativas elaboradas<br />

pelos grupos sociais a partir <strong>do</strong>s seus próprios interesses.<br />

8. Considerações finais<br />

Diante de tu<strong>do</strong> o que foi aqui exposto, entendemos que é fundamental<br />

considerar, no conjunto <strong>do</strong>s saberes historicamente produzi<strong>do</strong>s, aqueles<br />

gera<strong>do</strong>s pelos atores sociais em suas vivências produtivas e políticas, ten<strong>do</strong><br />

em vista as especificidades que emergem em virtude das diversificadas<br />

condições de vida e de trabalho. Por conseguinte, diferentes formas de<br />

<strong>Construção</strong> <strong>do</strong> Conhecimento Agroecológico 267

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!