SEGUNDA PARTE Minas Indígena - Instituto ANTROPOS
SEGUNDA PARTE Minas Indígena - Instituto ANTROPOS
SEGUNDA PARTE Minas Indígena - Instituto ANTROPOS
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
5. OS PATAXÓ<br />
5.1. SITUAÇÃO SOCIOCULTURAL<br />
<strong>Minas</strong> <strong>Indígena</strong><br />
Pataxó é água da chuva batendo na terra, nas pedras,<br />
e indo embora para o rio e o mar.<br />
Kanátyo Pataxó 73<br />
Vivendo numa situação razoavelmente estável, os Pataxó de <strong>Minas</strong> Gerais fazem<br />
um esforço intencional de afirmar a sua indianidade, principalmente através da produção<br />
artesanal e da introdução de palavras indígenas no seu vocabulário, visto terem perdido a<br />
sua língua tradicional. Se caracterizam como os mais receptivos dos grupos indígenas do<br />
Estado, sendo muito calorosos e alegres, mantendo também um bom relacionamento com a<br />
sociedade regional, inclusive exercendo forte influência na política do município onde se<br />
encontra o Território <strong>Indígena</strong> Pataxó.<br />
5.1.1. COMPOSIÇÃO ÉTNICA<br />
5.1.1.1. ORIGEM ÉTNICA<br />
Os Pataxó de <strong>Minas</strong> Gerais têm sua origem étnica nos Pataxó da Bahia,<br />
particularmente no grupo de Barra Vermelha – os classificados como Pataxó Meridionais<br />
(Faria, 1992.70) – de onde migraram. Em 1951, o grupo que ali habitava sofreu um dos<br />
mais terríveis massacres registrados na história indígena da Bahia – o “fofo de 51” 74 -<br />
quando policiais dispararam contra os índios que se defendiam com lanças, arcos e flechas,<br />
totalmente indefesos contra a força militar. Grande parte da população adulta sucumbiu<br />
ficando esta data marcada na memória étnica como a época do ressurgimento dos Pataxó.<br />
Com um considerável contingente de homens mortos, no processo de recomposição<br />
populacional houve vários casamentos interétnicos, inclusive alguns com não-índios.<br />
73 Em Pataxó (1997b.23)<br />
74 Maiores informações sobre este episódio estão disponíveis em várias fontes, como em Faria ( 1992. 75-77)<br />
e em Dutra (1998.16) onde é relatado pela índia Vanusa Pataxó.<br />
94