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SEGUNDA PARTE Minas Indígena - Instituto ANTROPOS

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<strong>Minas</strong> <strong>Indígena</strong><br />

dos professores e aposentados que serve para alimentar não apenas a família dos<br />

beneficiados, mas também parte do grupo residencial.<br />

3.1.5.2. ALCOOLISMO<br />

O alcoolismo, entretanto, parece ser o maior problema enfrentado pelos Maxakali.<br />

Os colonizadores e exploradores regionais introduziram a cachaça ao dia-a-dia Maxakali,<br />

usando-a como produto de troca pelo seu trabalho, terra, bens e até mulheres (Amorim,<br />

1966.23). O resultado disto é que a população indígena quase toda se tornou alcoólatra, e<br />

isto há mais de cinqüenta anos, sendo portanto toda a atual geração fortemente influenciada<br />

por este distúrbio social (Torretta, 1997.3).<br />

Como já dito, os Maxakali são fortemente resistentes à influência cultural externa.<br />

Entretanto, apesar de toda resistência cultural, eles acabaram se curvando ao alcoolismo.<br />

Dos mais velhos às crianças, quase todos se embriagam. É comum encontrá-los pelas ruas<br />

das cidades vizinhas ou mesmo estradas, cambaleando por excesso de álcool. Vários já<br />

morreram de coma alcóolico ou por insolação, e até crianças já foram atendidas com<br />

problemas de alcoolismo. Quando bebem se tornam agressivos e por isto é comum ver<br />

brigas principalmente entre casais. A missionária-enfermeira Marlene Martins, relata<br />

vários casos de ferimentos conseqüentes de brigas quando alcoolizados 56 . A dependência<br />

chegou a um estágio tão sério que, por não terem dinheiro para comprar cachaça, a<br />

substituem por álcool puro, acetona, éter ou desodorante. O pouco dinheiro que às vezes<br />

adquirem é gasto quase todo com bebida (Abdala, 1998.53).<br />

3.1.6. PRESENÇA EVANGÉLICA E/OU MISSIONÁRIA<br />

Os Maxakali estão em contato com o evangelho e missionários evangélicos há<br />

quarenta e três anos, mas ainda não há uma igreja plantada em seu meio. Alguns<br />

missionários já trabalharam entre eles, outros trabalham até hoje.<br />

3.1.6.1. HAROLD E FRANCES POPOVICH - SIL<br />

Americanos, vieram para o Brasil através da SIL – Sociedade Internacional de<br />

Lingüística, e “em fevereiro de 1959” começaram “a morar e trabalhar entre os índios<br />

Maxakali” (Popovich, 1993.5), onde permaneceram bravamente até 1981, e depois<br />

continuaram ainda por vários anos visitando as aldeias esporadicamente. Neste período de<br />

vinte e dois anos, analisaram a língua foneticamente, grafaram, criaram quatro cartilhas de<br />

56 Em entrevista do dia 06/02/02.<br />

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