SEGUNDA PARTE Minas Indígena - Instituto ANTROPOS
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<strong>Minas</strong> <strong>Indígena</strong><br />
entidade que têm atuado eficazmente na questão indígena do Estado. Desta forma, têm-se<br />
início a luta dos Kaxixó pelo seu reconhecimento étnico oficial, sendo realizado neste<br />
mesmo ano um levantamento histórico sobre o grupo pela indigenista Geralda Soares.<br />
Em 1992, a liderança Kaxixó participou da II Assembléia Geral da APOINME –<br />
Associação dos Povos <strong>Indígena</strong>s do Nordeste, <strong>Minas</strong> Gerais e Espírito Santo, recebendo<br />
apoio dos vinte e quatro povos indígenas ali representados. Enfrentando oposição de<br />
fazendeiros vizinhos desde o início, em 1993 surge a primeira resistência oficial por parte<br />
de governantes. O prefeito do município de Martinho Campos emite nota à imprensa<br />
repudiando a luta dos Kaxixó.<br />
No ano seguinte, um laudo antropológico é realizado a pedido da FUNAI o qual dá<br />
parecer contrário ao reconhecimento étnico do grupo. Superam a frustração inicial e<br />
retornam à luta em 1995, quando participam da IV Assembléia Geral da APOINME, onde<br />
são fortemente encorajados a continuar e logo recebem apoio da ABA – Associação<br />
Brasileira de Antropólogos. Assim, em 1996 se fazem presentes na abertura do Programa<br />
de Formação de Professores <strong>Indígena</strong>s de <strong>Minas</strong> Gerais, no Parque do Rio Doce e em 1998<br />
iniciam sua participação na programação da Semana dos Povos <strong>Indígena</strong>s de <strong>Minas</strong> Gerais,<br />
organizada pelo CIMI e CEDEFES (Caldeiras, 1999.9-14).<br />
Em 1997 solicitaram ao CEDEFES a realização de um estudo sobre a história do<br />
grupo. Através de denúncias sobre a destruição de sítios arqueológicos na área por eles<br />
ocupada, tiveram acesso também à Procuradoria Geral da República, a qual instaurou um<br />
processo de investigação implicando em conseqüente estudo sobre a identidade étnica do<br />
grupo, estudo este que teve parecer favorável.<br />
Frente a tal parecer, a FUNAI solicitou, em 2000, uma nova análise antropológica,<br />
desta vez por um antropólogo indicado pela ABA. Em julho do mesmo ano saiu o<br />
resultado com parecer favorável (Caldeiras, 2001b.40) e em dezembro o órgão indigenista<br />
nacional concluiu o caso, os reconhecendo oficialmente. Resta agora a restituição e<br />
regularização do seu território tradicional.<br />
5.6.2. OS ARANÃ 19<br />
Com “sua origem na história dos Botocudos (...) os Aranã foram aldeados pelos<br />
missionários capuchinhos em 1973, no Aldeamento Central Nossa Senhora da Conceição<br />
19 A maior parte das informações aqui contidas foram obtidas em entrevista com o Sr. Pedro Índio de Souza<br />
(em 20/03/02), mais conhecido como Gilmar, um dos filhos de Pedro Sangê, hoje morador de Belo<br />
Horizonte, e com a indigenista Geralda Soares (em 08/02/02), moradora da cidade de Araçuaí de onde dá<br />
suporte à articulação do grupo Aranã na luta pelo reconhecimento étnico oficial.<br />
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