SEGUNDA PARTE Minas Indígena - Instituto ANTROPOS
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<strong>Minas</strong> <strong>Indígena</strong><br />
realizado um sério trabalho de reconstituição fisionômica na Alemanha, concluindo<br />
terminantemente que o mesmo pertencia à família dos negróides (Prezia 4 , 2000.24).<br />
1.2. O POVOAMENTO DO BRASIL<br />
As pesquisas interdisciplinares realizadas em várias regiões do Brasil,<br />
especialmente no campo da arqueologia, paleontologia, antropologia e espeleologia, têm<br />
revelado a existência de variadas civilizações, bem como diversificadas culturas, em<br />
períodos bastante remotos no território do nosso país. Interessante é que as civilizações que<br />
habitaram o solo brasileiro, assim como de basicamente toda América do Sul, deixaram<br />
evidentes indícios de não serem descendentes das civilizações norte-americanas. Na<br />
floresta amazônica, por exemplo, isto é claro, pois “as pinturas, as pontas de lança bifaciais<br />
triangulares e as ferramentas unifaciais, encontradas nos sítios, indicam uma cultura<br />
distinta das culturas norte-americanas” (Roosevelt, 1999.47). Enquanto os paleoíndios<br />
norte-americanos eram tipicamente caçadores de grande porte, os do Brasil eram caçadores<br />
de pequenos animais, pescadores e coletores. Na Amazônia, nozes, frutas e pequenos<br />
peixes eram os alimentos mais comuns, de acordo com o estudo dos restos alimentícios<br />
encontrados.<br />
No Brasil estão os sítios que oferecem os dados mais abundantes sobre os<br />
paleoíndios sul-americanos, e segundo Roosevelt (1999.41), “vários destes, com arte<br />
rupestre e a céu aberto, apresentando pedras lascadas, paredões de pintura rupestre fogões,<br />
têm numerosas e consistentes datações radiocarbônicas pré-Clovis que remontam a 50 mil<br />
anos AP”. Como estas informações são da paleontologia 5 , a presença humana em datas tão<br />
recuadas assim tem sido questionada, mas é fato praticamente indiscutível a presença<br />
humana no Brasil há pelo menos 20 mil anos AP.<br />
4 Mineiro de Poços de Caldas, Benedito Prezia trabalhou como enfermeiro junto a populações pobres de São<br />
Paulo e em 1983 tornou-se funcionário do CIMI em Brasília, no setor de publicações. Foi editor do<br />
Suplemento Cultural do jornal indigenista Porantim, para o qual escreve até hoje. Em 1977 terminou seu<br />
mestrado em semiótica e linguística geral na USP, com dissertação sobre as populações indígenas do planalto<br />
paulista nos séculos XVI e XVII. Publicou vários livros paradidáticos, sendo o mais recente, e certamente<br />
mais importante, “Brasil <strong>Indígena</strong> – 500 Anos de Resistencia”.<br />
5 A Paleontologia concentra seus estudos em fósseis de animais, espécies desaparecidas, lidando assim com<br />
milhões de anos, enquanto a Arqueologia, trabalha com fósseis humanos, antigas civilizações, lidando assim<br />
com milhares de anos.<br />
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