SEGUNDA PARTE Minas Indígena - Instituto ANTROPOS
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<strong>Minas</strong> <strong>Indígena</strong> 164<br />
Popovich (cf. 3.1.6.1. 2ª Parte). Nesta época os Maxakali estavam em processo de<br />
extinção, como comenta a própria Frances Popovich 134 :<br />
O atual diretor da SIL no Brasil pediu que fossemos para os Maxakali, já que<br />
estavam em fase de extinção (havia apenas 197 remanescentes).<br />
Harold e Fances Popovich são americanos, na época ele formado em Zoologia<br />
Química-Física (1951) e ela em enfermagem psiquiátrica (1951) e enfermagem geral<br />
(1955). Fizeram o curso lingüístico de verão do SIL em duas etapas (1956 e 1957).<br />
Chegaram ao Brasil em março de 1958, estudaram português por dois meses no Rio de<br />
Janeiro e por três meses em Anápolis, se dirigindo para a aldeia Maxakali em fevereiro de<br />
1959, quando iniciaram o aprendizado da língua no método monolingüe. Em 1962 iniciam<br />
a tradução do Novo Testamento que seria concluída somente em 1979, impresso em 1980 e<br />
distribuído em 1981.<br />
2.1. ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />
2.1.1. ANÁLISE DA LÍNGUA MATERNA<br />
Os Popovich foram os primeiros lingüistas a analisar a língua Maxakali, grafando a<br />
mesma que até então era ágrafe. Como os Maxakali não falavam – e até hoje a maioria não<br />
fala – o português, o método de aprendizado foi monolingüe, e segundo o próprio Harold<br />
Popovich (Antunes, 1999.ii), o processo não foi nada fácil:<br />
A Análise fonológica de Maxakali demorou por causa da sua complexidade.<br />
Levaram três anos para concluir enquanto a média é de seis meses. Começamos o<br />
estudo em 1959 e terminamos em 1962.<br />
A partir desta primeira análise, alguns outros lingüistas se aventuraram a estudar a<br />
língua Maxakali, mas todos usando como ponto de partida a análise realizada pelos<br />
Popovich.<br />
2.1.2. ELABORAÇÃO DE CARTILHAS<br />
O casal elaborou cinco cartilhas de aprendizado da língua, as quais foram<br />
posteriormente revisadas por outros lingüistas mas até hoje são usadas na alfabetização das<br />
crianças na Escola <strong>Indígena</strong> Diferenciada, implantada nas aldeias por iniciativa<br />
governamental.<br />
134 Em correspondência pessoal do dia 11/01/02.