SEGUNDA PARTE Minas Indígena - Instituto ANTROPOS
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<strong>Minas</strong> <strong>Indígena</strong> 110<br />
quando finalmente aqui chegaram foram recebidos pelos Pataxó da Fazenda Guarani, em<br />
Carmésia, onde permaneceram por onze anos e estabeleceram laços matrimoniais com os<br />
próprios Pataxó e também com os Krenak.<br />
O grupo consiste numa família nuclear, tendo como progenitores o idoso casal<br />
Eugênio Cardoso da Silva e Benvina Vieira, somando ao todo vinte pessoas, sendo dois<br />
idosos, nove adultos e nove crianças. Quanto à origem étnica, são dezessete Pankararu, três<br />
Pataxó e uma Krenak, distribuídos da seguinte forma:<br />
Progenitores: Eugênio e Benvina<br />
Filho/nora: Cláudio e esposa (Krenak)<br />
Filho/nora: Ivan e Jossiléide (Pataxó)<br />
Filha/genro: Cléide e Dimas (Pataxó)<br />
Filha/genro: Cleonice e César (Pataxó) – residentes fora da aldeia.<br />
A estes acrescenta-se mais um filho solteiro, e as nove crianças que, mesmo<br />
possuindo pai ou mãe de outro grupo são consideradas Pankararu.<br />
Vale ressaltar, que somente em Pernambuco os Pankararu somam cerca de seis mil<br />
indígenas, e em São Paulo vivem cerca de mil pessoas, na favela do Real Parque, próximo<br />
ao Morumbi, às margens do Rio Pinheiros.<br />
6.1.1.2. GRUPOS QUE COMPÕEM A FAMÍLIA ÉTNICA<br />
Segundo Prezia (2000.239) a família étnica é formada pelos Pankararu, Pankararé e<br />
Pankaru. Arruti (1996.23) sugere outros grupos como membros da mesma família, mas<br />
parece que esta sugestão não é tão bem comprovada como a classificação adotada por<br />
Prezia.<br />
6.1.2. LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA E SITUAÇÃO TERRITORIAL<br />
Em 1993, os Pankararu iniciaram o processo de articulação 89 por uma terra onde<br />
pudessem desenvolver melhor a sua cultura, e um ano depois conseguiram sensibilizar a<br />
Diocese de Araçuaí, que doou 60 hectares de terra de uma fazenda chamada Alagadiço, no<br />
município de Coronel Murta, Médio Vale do Jequitinhonha. Para lá se transferiram em<br />
junho de 1994, onde com apoio de ONG’s, políticos e pastorais construíram a aldeia<br />
89 A principal mentora deste processo foi a indigenista Geralda Soares, que conhecendo os Pankararu na<br />
Fazenda Guarani e vendo o seu desejo de possuírem um território próprio, se dispôs a ajudá-los na<br />
articulação. Não conseguindo terras no Vale do Rio Doce nem no Vale do Aço, devido ao elevado preço,<br />
contactou o Bispo da Diocese de Araçuaí que se dispôs a doar, em esquema de comodato, os 60 hectares<br />
onde hoje vivem.