SEGUNDA PARTE Minas Indígena - Instituto ANTROPOS
SEGUNDA PARTE Minas Indígena - Instituto ANTROPOS
SEGUNDA PARTE Minas Indígena - Instituto ANTROPOS
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
8.1.9. RIQUEZA ARQUEOLÓGICA DO TERRITÓRIO<br />
<strong>Minas</strong> <strong>Indígena</strong> 145<br />
Após algumas denúncias por parte dos Kaxixó de fazendeiros destruindo sítios<br />
arqueológicos do seu território tradicional, foram iniciados levantamentos nos municípios<br />
de Martinho Campos e Pompéu, na região da Bacia do Baixo Rio Pará. Tais levantamentos<br />
iniciais foram feitos pela arqueóloga e historiadora da UFMG, Alenice Baeta, em 1995,<br />
sendo concluídos pelo arqueólogo Fabiano Lopes de Paula, do IEPHA – <strong>Instituto</strong> Estadual<br />
do Patrimônio Histórico e Artístico. Quinze sítios arqueológicos foram encontrados, sendo<br />
sete pré-coloniais e oito históricos, tendo sido percebidos sobretudo, grandes fragmentos<br />
cerâmicos e estruturas de fornos, além de instrumentos líticos polidos, tais como<br />
machadinhas, batedores, mão-de-pilão e quebra-cocos.<br />
Obviamente, os sítios arqueológicos pré-coloniais identificados e cadastrados na<br />
região historicamente apreendida pela comunidade Kaxixó, não podem ser<br />
diretamente atribuídos aos antepassados da mesma (...)<br />
entretanto,<br />
(...) a reapropriação de determinados espaços e da cultura material arqueológica por<br />
grupos em plena luta pelo reconhecimento oficial da sua identidade étnica, pode ser<br />
concebido como um elemento de revitalização do vínculo do grupo com a terra que<br />
habitam (Baeta, 1999.58-61).<br />
De qualquer forma, a identificação e comprovação destes sítios arqueológicos no<br />
território tradicional dos Kaxixó foi como uma injeção de ânimo na sua luta pelo<br />
reconhecimento étnico oficial, pois ocorreu exatamente após o resultado do primeiro laudo<br />
antropológico que lhes foi desfavorável (Paraíso, 1994.18).<br />
8.1.10. PRESENÇA EVANGÉLICA E/OU MISSIONÁRIA<br />
Não há qualquer trabalho evangélico junto ao grupo que, consequentemente,<br />
também não conta com nenhum convertido.<br />
8.2. POSSIBILIDADES DE ABORDAGENS MISSIONÁRIAS<br />
Apesar de não haver barreira lingüística e a cultural ser bastante minimizada, os<br />
Kaxixó podem apresentar forte resistência à pregação do evangelho. Sendo um povo<br />
“emergente” o desejo de reafirmação étnica e cultural é muito grande, podendo resistir ao