SEGUNDA PARTE Minas Indígena - Instituto ANTROPOS
SEGUNDA PARTE Minas Indígena - Instituto ANTROPOS
SEGUNDA PARTE Minas Indígena - Instituto ANTROPOS
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
6. OS PANKARARU<br />
<strong>Minas</strong> <strong>Indígena</strong> 109<br />
Antes dos portugueses invadirem, nós índios tínhamos nossos costumes.<br />
Os índios não adoeciam, mas foram tirando nossas riquezas e<br />
deixando doenças, troca que nos trouxe muitas mortes.<br />
Fabiana Pankararu 87<br />
6.1. SITUAÇÃO SOCIOCULTURAL<br />
Após anos compartilhando com outros grupos indígenas o mesmo território, o<br />
grupo Pankararu de <strong>Minas</strong> Gerais vive agora no seu próprio território onde tem liberdade<br />
para desenvolver e reafirmar suas tradições culturais, produzir o necessário para sua<br />
manutenção e alimentar o sonho de um dia ser um grande grupo vivendo de acordo com<br />
seus costumes e desfrutando dos benefícios que a terra lhes oferece. Apesar de ser o menor<br />
dos grupos indígenas do Estado, os Pankararu vivem relativamente bem, se relacionando<br />
pacífica e amigavelmente com a sociedade regional, inclusive recebendo desta um<br />
considerável apoio.<br />
6.1.1. COMPOSIÇÃO ÉTNICA<br />
6.1.1.1. ORIGEM ÉTNICA E SITUAÇÃO DEMOGRÁFICA<br />
Os Pankararu de <strong>Minas</strong> consistem em um pequeno grupo migratório do povo<br />
Pankararu de Pernambuco, especificamente da aldeia conhecida como Brejo dos Padres, no<br />
município de Tacaratú. De lá migraram na década de 1950, devido o grave problema da<br />
seca e vários conflitos 88 com posseiros, resultantes da construção da hidrelétrica de<br />
Itaparica, no Rio São Francisco, que inundou a maioria das terras férteis da região<br />
(Caldeira, 2001c.35). Como é característica cultural deste povo, eles se dividem em<br />
famílias nucleares e assim este grupo que migrou para esta região nada mais é do que uma<br />
família. Antes de chegar em <strong>Minas</strong> Gerais, conviveram com os Krahô, Xerente e Karajá, e<br />
87 Em Thydêwá (internet).<br />
88 Segundo Torres (internet), “entre todas as comunidades (de Pernambuco), é a mais envolvida em conflitos<br />
pela posse da terra, embora a sua presença na região desde séculos atrás, seja incontestável”.