SEGUNDA PARTE Minas Indígena - Instituto ANTROPOS
SEGUNDA PARTE Minas Indígena - Instituto ANTROPOS
SEGUNDA PARTE Minas Indígena - Instituto ANTROPOS
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
<strong>Minas</strong> <strong>Indígena</strong><br />
Entretanto, a consciência da sua indianidade nunca foi abalada, pelo contrário, eles fazem<br />
questão de afirmar e reafirmar quem são. No grupo atual, constata-se a presença de<br />
indígenas Krenak, Maxakali e Pankararu e alguns poucos não-índios.<br />
Na década de 1960 outro episódio ameaça os Pataxó de Barra Vermelha, quando<br />
foi criado o Parque Monumento Nacional de Monte Pascoal, reduzindo o seu território<br />
tradicional em 23.000 ha. Isto desencadeou um processo de migração de grupos familiares<br />
para outras regiões, e assim a família do índio Thyundayba migrou para <strong>Minas</strong> Gerais em<br />
1975, onde fixou residência e foi seguida por várias outras famílias (Vilarino, 2001.17).<br />
5.1.1.2. GRUPOS QUE COMPÕEM A FAMÍLIA ÉTNICA<br />
Como os Maxakali, parece que inicialmente os Pataxó faziam parte da<br />
confederação étnica chamada Naknenuk composta pelos Manoxó ou Amixakori,<br />
Kumanaxó, Kutatói, Malali, Makoni, Kopoxó, Kutaxó, Pañâme e pelos já mencionados<br />
Maxakali (Paraíso, 1999.Internet). Com a extinção da maioria destes grupos e as divisões<br />
de outros, hoje os Pataxó de <strong>Minas</strong> fazem parte da família Maxakali que é formada pelos<br />
próprios Pataxó (<strong>Minas</strong> e Bahia), Pataxó Hã-hã-hãe e Maxakali (Rodrigues, 1994.56).<br />
5.1.1.3. TRONCO LINGÜÍSTICO<br />
O lingüista Aryon Rodrigues (1994.56) os classificou como pertencentes ao tronco<br />
Macro-Jê, família Maxakali e língua Pataxó.<br />
5.1.1.4. LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA<br />
Mais conhecido como Fazenda Guarani, o Território <strong>Indígena</strong> Pataxó totaliza 3.270<br />
ha. e está localizado no município de Carmésia, a 7 km da cidade com o mesmo nome, no<br />
Vale do Aço, sub-região da cidade de Guanhães, distando cerca de 200 km de Belo<br />
Horizonte. Há rodovia até a cidade de Carmésia, ficando um pequeno trecho de estrada até<br />
os vilarejos Pataxó. O território consiste numa antiga fazenda cafeeira, que adquirida pelo<br />
governo foi transformada na década de 1960 numa colônia penal indígena para onde foram<br />
transferidos os detentos do território Krenak, bem como os próprios Krenak e um grupo de<br />
índios Guarani, vindos do Rio de Janeiro. No final deste período, os Pataxó migraram para<br />
esta fazenda em busca de abrigo e com a retirada daqueles outros grupos eles<br />
permaneceram, fixando residência permanente e adquirindo posse legal do território.<br />
Os vilarejos se localizam num vale, entre duas montanhas cobertas por uma<br />
preservada floresta que dá condições aos Pataxó de produzirem artesanato em abundância,<br />
95