SEGUNDA PARTE Minas Indígena - Instituto ANTROPOS
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<strong>Minas</strong> <strong>Indígena</strong><br />
principalmente em madeira. O solo é rico, porém desgastado pelo longo cultivo de café, e<br />
um pequeno riacho corta o território, abastecendo os vilarejos. As casas de alvenaria<br />
construídas e usadas pelos fazendeiros e posteriormente pelos funcionários da colônia<br />
penal foram preservadas, sendo utilizadas como residência pelas várias famílias indígenas.<br />
O antigo presídio ainda existe, inclusive com suas celas onde muitos índios sofreram, e foi<br />
transformado num posto de saúde e ponto turístico para os visitantes que por ali passam.<br />
5.1.2. DISTRIBUIÇÃO DEMOGRÁFICA<br />
Somam trezentas pessoas, com um considerável contingente de crianças e<br />
adolescentes, o que aponta o crescimento do grupo (Vilarino, 2001.16). Esta população<br />
está dividida em três vilarejos, bem próximos uns dos outros, cada um com liderança<br />
própria, com o mesmo conjunto de direitos e obrigações, não havendo qualquer tipo de<br />
ascendência hierárquica. O grupo está distribuído em residências de famílias nucleares, e<br />
não mais em famílias extensas como era o costume tradicional. Todos na mesma direção,<br />
na margem da mesma estrada que dá entrada ao território, culminando no último vilarejo.<br />
Desta forma, por ordem de acessibilidade, a primeira a ser encontrada é a Aldeia<br />
Reintiri Imbiruçu, sendo a segunda maior aglomeração, onde funciona uma escola, e é<br />
liderada pelo cacique Mangagá – Sebastião. Logo à frente se encontra a Aldeia Central,<br />
onde está a maior aglomeração e consequentemente exerce maior influência em todo o<br />
grupo. Ali se encontra o prédio da antiga colônia penal e por isto há um maior tráfego<br />
turístico, bem como um maior fluxo de indígenas das outras aldeias dado ao fato de ali<br />
estar o posto médico. Há também uma estruturada escola infantil, inclusive equipada com<br />
computadores, que atende alunos desta aldeia e da terceira que não tem escola. O líder da<br />
Aldeia Central é o cacique Thyundayba – Manoel Ferreira da Silva. Por fim, encontra-se a<br />
terceira aldeia, chamada Pofi, que está bem próxima da segunda e é a menos influente pois<br />
ali residem apenas três famílias, sob a liderança do cacique Bayara – José Terêncio.<br />
5.1.3. SITUAÇÃO LINGÜÍSTICA<br />
Como quase todos grupos do Nordeste, eles perderam totalmente a sua língua<br />
tradicional sendo hoje falantes apenas do português. Vale lembrar que sendo os Pataxó um<br />
povo do litoral baiano, foram contatados pelos europeus bem cedo na história 75 , sendo este<br />
contato com a civilização externa mantido ininterrupto até os dias atuais. Desta forma, a<br />
75 Como os Pataxó sempre viveram distribuídos em vários grupos, o contato parece ter acontecido em<br />
momentos diferentes, não havendo datas precisas. Tudo indica, que os o grupo Pataxó que habitava a região<br />
de Porto Seguro foi contatado no século XVIII (Faria, 1992.70).<br />
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