SEGUNDA PARTE Minas Indígena - Instituto ANTROPOS
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<strong>Minas</strong> <strong>Indígena</strong><br />
vivem em florestas tropicais à beira dos rios ou no litoral, devido ao que os povos deste<br />
tronco foram os primeiros a serem contactados – especificamente os Tupinambá – pois<br />
habitavam o litoral leste e por isto as línguas Tupi foram as mais documentadas.<br />
Por estarem espalhados pelo território brasileiro, os povos do tronco Tupi<br />
apresentam grandes diferenças quanto à sua organização social e uma grande diversidade<br />
cultural, entretanto, suas línguas são muito parecidas. Os Tupi desenvolvem uma relação<br />
de interdependência entre a sua terra e seu modo de viver, levando o seu "mundo dentro de<br />
si", ou seja, um povo do tronco lingüístico Tupi pode desenvolver o seu modo de ser e<br />
viver em qualquer lugar, independente da terra em que se localizarem ser ou não<br />
tradicional 20 . Para eles, a vida é passageira, sendo o "outro mundo" o verdadeiro, o real.<br />
Suas aldeias, geralmente são pequenas e construídas em círculo, com um pátio no<br />
centro, onde se realizam as grandes reuniões, os rituais e os eventos importantes da<br />
comunidade. Cada casa costuma abrigar uma família extensa, com pais, filhos e genros.<br />
Sem dúvida foram os povos indígenas que mais influenciaram a cultura brasileira.<br />
Além da rede de dormir, dos muitos objetos de cerâmica e da farinha da mandioca, os<br />
povos de cultura Tupi também deixaram no sul, através da convivência com os Guarani, o<br />
uso do chimarrão. Não se pode esquecer o hábito do banho diário que herdamos desses<br />
povos. Muitas palavras Tupi fazem parte do nosso vocabulário, como taquara, tapera,<br />
mirim, maloca, mandioca, saci, jacaré, tucano, caatinga, mutirão, mingau, capim, sapé,<br />
pitar, caipira, peteca, catapora, pereba e outras. Uma infinidade de nomes Tupi também<br />
compõe a lista de cidades, rios e montanhas de nosso país como: Paraná, Guanabara,<br />
Ibirapuera, Jacareí, Itajaí, Pernambuco, Uruaçu, Itapemirim, Pindamonhangaba,<br />
Morumbi, Pacaembu, Itatiaia, Piracicaba entre outras. Usamos algumas interjeições e<br />
advérbios Tupi, como oi, que veio substituir o olá português, e a negação Tupi an-an, que<br />
no português popular significa sim ou não (CIMI, 2002.4). Hoje são cerca de quarenta e<br />
quatro povos Tupi ainda existentes no Brasil, com aproximadamente setenta mil pessoas.<br />
1.1.2. TRONCO LINGÜÍSTICO MACRO-JÊ<br />
Os povos de origem Macro-Jê se fixaram nas regiões do cerrado e caatinga e por<br />
isto, os primeiros contatos com eles foram feitos pelos bandeirantes que iam ao interior em<br />
busca da mão-de-obra escrava e de riquezas naturais.<br />
20 É o caso dos Guarani que migraram desde o Paraguai pelo litoral brasileiro, seguindo as revelações de seu<br />
Deus, Nhanderú, em busca da "terra sem males" – um paraíso onde não se envelhece, nem trabalha, pois o<br />
alimento já aparece pronto, localizado além do mar, onde nasce o sol.<br />
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