28.05.2013 Views

SEGUNDA PARTE Minas Indígena - Instituto ANTROPOS

SEGUNDA PARTE Minas Indígena - Instituto ANTROPOS

SEGUNDA PARTE Minas Indígena - Instituto ANTROPOS

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>Minas</strong> <strong>Indígena</strong><br />

vivem em florestas tropicais à beira dos rios ou no litoral, devido ao que os povos deste<br />

tronco foram os primeiros a serem contactados – especificamente os Tupinambá – pois<br />

habitavam o litoral leste e por isto as línguas Tupi foram as mais documentadas.<br />

Por estarem espalhados pelo território brasileiro, os povos do tronco Tupi<br />

apresentam grandes diferenças quanto à sua organização social e uma grande diversidade<br />

cultural, entretanto, suas línguas são muito parecidas. Os Tupi desenvolvem uma relação<br />

de interdependência entre a sua terra e seu modo de viver, levando o seu "mundo dentro de<br />

si", ou seja, um povo do tronco lingüístico Tupi pode desenvolver o seu modo de ser e<br />

viver em qualquer lugar, independente da terra em que se localizarem ser ou não<br />

tradicional 20 . Para eles, a vida é passageira, sendo o "outro mundo" o verdadeiro, o real.<br />

Suas aldeias, geralmente são pequenas e construídas em círculo, com um pátio no<br />

centro, onde se realizam as grandes reuniões, os rituais e os eventos importantes da<br />

comunidade. Cada casa costuma abrigar uma família extensa, com pais, filhos e genros.<br />

Sem dúvida foram os povos indígenas que mais influenciaram a cultura brasileira.<br />

Além da rede de dormir, dos muitos objetos de cerâmica e da farinha da mandioca, os<br />

povos de cultura Tupi também deixaram no sul, através da convivência com os Guarani, o<br />

uso do chimarrão. Não se pode esquecer o hábito do banho diário que herdamos desses<br />

povos. Muitas palavras Tupi fazem parte do nosso vocabulário, como taquara, tapera,<br />

mirim, maloca, mandioca, saci, jacaré, tucano, caatinga, mutirão, mingau, capim, sapé,<br />

pitar, caipira, peteca, catapora, pereba e outras. Uma infinidade de nomes Tupi também<br />

compõe a lista de cidades, rios e montanhas de nosso país como: Paraná, Guanabara,<br />

Ibirapuera, Jacareí, Itajaí, Pernambuco, Uruaçu, Itapemirim, Pindamonhangaba,<br />

Morumbi, Pacaembu, Itatiaia, Piracicaba entre outras. Usamos algumas interjeições e<br />

advérbios Tupi, como oi, que veio substituir o olá português, e a negação Tupi an-an, que<br />

no português popular significa sim ou não (CIMI, 2002.4). Hoje são cerca de quarenta e<br />

quatro povos Tupi ainda existentes no Brasil, com aproximadamente setenta mil pessoas.<br />

1.1.2. TRONCO LINGÜÍSTICO MACRO-JÊ<br />

Os povos de origem Macro-Jê se fixaram nas regiões do cerrado e caatinga e por<br />

isto, os primeiros contatos com eles foram feitos pelos bandeirantes que iam ao interior em<br />

busca da mão-de-obra escrava e de riquezas naturais.<br />

20 É o caso dos Guarani que migraram desde o Paraguai pelo litoral brasileiro, seguindo as revelações de seu<br />

Deus, Nhanderú, em busca da "terra sem males" – um paraíso onde não se envelhece, nem trabalha, pois o<br />

alimento já aparece pronto, localizado além do mar, onde nasce o sol.<br />

38

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!