SEGUNDA PARTE Minas Indígena - Instituto ANTROPOS
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<strong>Minas</strong> <strong>Indígena</strong> 182<br />
conhecimento medicinal indígena, em detrimento do constante atendimento de saúde com<br />
tecnologia desconhecida. Com isto os rituais de cura são pouco praticados, o que<br />
entretanto, não chega a ser algo positivo, pois a causa não é o evangelho, e sim a<br />
dependência da assistência externa. Seria muito positivo não apenas o incentivo ao uso,<br />
mas também o aprendizado de manipulação da medicina natural.<br />
Comunicação Limitada - Pelo fato de não usar a língua materna a comunicação<br />
fica limitada aos poucos bilingües. Além de não conseguir se comunicar de forma efetiva<br />
com qualquer pessoa, não é possível transmitir as verdades do evangelho no português a<br />
um povo que mantêm como primeira e quase única a sua língua materna. Como são<br />
resistentes às influências externas, podem também resistir à mensagem do evangelho se<br />
esta for transmitida na língua da sociedade dominante. A devida valorização lingüística<br />
não foi dada.<br />
Compreensão Limitada da Cultura – Pelo fato de não haver um estudo cultural<br />
visando alcançar a cosmovisão do povo, a compreensão da cultura também é limitada. Isto<br />
é grave pois não é possível apresentar uma mensagem evangélica relevante para um povo<br />
sem a compreensão da sua cultura. Não é possível propor respostas culturalmente<br />
relevantes sem ter alcançado o nível dos significados e funções dos variados fenômenos da<br />
sua religiosidade.<br />
Perda da Identidade Missionária – A grande demanda pelo atendimento de saúde<br />
limita o tempo para a pregação efetiva do evangelho, e por isto, aos olhos do povo o<br />
trabalho assistencial acaba se tornando a razão da presença da missionária entre eles. A<br />
proclamação propriamente dita se tornou assistemática, reduzida a oportunidades<br />
esporádicas. Isto é agravado pelo fato de não haver um projeto específico de trabalho, com<br />
alvos claros e bem definidos, de onde se pretende chegar. Esta é uma dificuldade muito<br />
comum nos ministérios bi-ocupacionais, especialmente em contexto tribal animista. Sem<br />
objetivos bem definidos e delimitações de atuação, o trabalho assistencial pode se tornar<br />
um fim em si mesmo, quando não para o missionário, pelo menos para o povo, o que<br />
diminui o impacto da presença missionária, por confusão de identidade.<br />
5.3. ALGUMAS SUGESTÕES<br />
Certamente a abordagem socio-assistencial é a forma mais conveniente de se ter<br />
acesso aos grupos indígenas de <strong>Minas</strong>, tendo em vista as suas muitas necessidades sociais e