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SEGUNDA PARTE Minas Indígena - Instituto ANTROPOS

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<strong>Minas</strong> <strong>Indígena</strong><br />

1998, migraram finalmente para <strong>Minas</strong> Gerais, permanecendo por algum tempo em São<br />

Gotardo até conseguirem terras no município de Caldas, em 2001 (Caldeira, 2001d.20).<br />

Vale lembrar que, em 1969, um grupo de vinte índios Guarani do Rio de Janeiro<br />

vieram também para <strong>Minas</strong> Gerais, se instalando na Fazenda Guarani, mas não<br />

permaneceram (Paraíso, 1998.422). Outros grupos como os Atikum e Tembé, também<br />

migraram para <strong>Minas</strong>, porém retornaram para suas terras ou seguiram para outros estados.<br />

5.6. O PROCESSO DE EMERGÊNCIA<br />

Nas duas últimas décadas do século XX um novo fenômeno marca a história dos<br />

indígenas de <strong>Minas</strong> Gerais. Grupos originariamente mineiros, mas dispersos por várias<br />

partes do Estado e do país durante o processo da colonização e expansão territorial,<br />

desaparecendo assim historiograficamente, começam a se reorganizar em tribos e<br />

reivindicar seus direitos como grupos indígenas. É bem verdade, que neste processo,<br />

algumas famílias envolvidas na articulação estão interessadas apenas na posse de terras, o<br />

que de qualquer forma é direito que lhes assiste, mas a maioria dos envolvidos são<br />

movidos por um sentimento e consciência da sua indianidade. São grupos que perderam<br />

em grande parte sua cultura tradicional, língua e estilo de vida tribal, mas que preservaram<br />

sua identidade étnica na convicção de jamais terem deixado de ser indígenas.<br />

5.6.1. OS KAXIXÓ<br />

As primeiras expedições de bandeirantes paulistas nas imediações dos rios Pará,<br />

São Francisco e Rio das Velhas, região dos Kaxixó, tiveram início ainda no século XVII,<br />

na esperança de localizarem a famosa Sabarabussu (Caldeiras, 1999.51). Como nas demais<br />

regiões do Estado, os quartéis e aldeamentos dizimaram os indígenas da região e neste<br />

processo os Kaxixó foram dispersos pelas várias fazendas e povoados que surgiram.<br />

Foram envolvidos pelo processo de agregação (Ribeiro, s.d.24-29) se tornando<br />

trabalhadores braçais nas fazendas da região. Apesar de conscientes da sua indianidade,<br />

permaneceram em silêncio durante anos, sendo esta consciência passada de pais para<br />

filhos, mas não revelada em temor da discriminação por parte da população dominante.<br />

Em 1986, envolvidos num conflito de terras com fazendeiros, pediram ajuda ao<br />

Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pompéu, revelando a estes a sua identidade. Na<br />

impossibilidade de oferecer ajuda efetiva, o Sindicato passou a situação para o CEDEFES,<br />

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