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SEGUNDA PARTE Minas Indígena - Instituto ANTROPOS

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<strong>Minas</strong> <strong>Indígena</strong><br />

por exemplo, se autodenominam Krenak, que é o nome do antigo líder deste grupo, e se<br />

identificam como Borun – os índios, em contraste com Kraí – homem branco.<br />

Paraíso (1998.419) lista nomes de alguns subgrupos Botocudos, como os<br />

Naknenuk, Krakmun, Pejaerum, Jiporok, Pojixá, Nakrehé, Etwet, Takruk-Krak, Nep-Nep,<br />

Gutkrak, Nak-Nhapmã e Miñajirum.<br />

Os Botocudos foram os povos mais bem documentados de todos os períodos da<br />

história indígena de <strong>Minas</strong>, dada a sua forte resistência aos exploradores. Enquanto muitos<br />

grupos desapareceram rapidamente, frente a invasão colonial, os Botocudos se mantiveram<br />

firmes no seu território até tempos bem mais recentes. Eram temidos não apenas pelos<br />

colonizadores, mas também pelos grupos menores que pleiteavam um território nesta<br />

região da Mata Atlântica. Os colonizadores aproveitaram com muita astúcia este clima de<br />

tensão intertribal que já existia, incentivando os conflitos entre os demais grupos com os<br />

Botocudos, para não se exporem na guerra.<br />

3.2.2. OS MAXAKALI<br />

Já os Maxakali, refugiados nas florestas dos vales do Jequitinhonha e Mucuri<br />

foram contactados bem posteriormente. Em 1719, eles se encontravam aldeados em Lorena<br />

dos Tocoiós – atualmente município de Coronel Murta – no Vale do Jequitinhonha<br />

(Soares, 1995.38). O primeiro contato com os colonizadores ocorreu em 1734<br />

(Nimuendajú 14 , 1958.54), quando o mestre de campo João da Silva Guimarães, ao<br />

organizar uma bandeira para conquistar as cabeceiras do São Mateus, lutou com esse povo<br />

na região dos afluentes do Mucuri, na margem norte – provavelmente nas proximidades do<br />

rio Todos os Santos – perdendo seu irmão e muitos membros da bandeira (Paraíso,<br />

1992.5). Ao notar a resistência desses indígenas desistiu de seu intento e foi para as<br />

cabeceiras do Rio Doce (Rubinger 15 , 1963.243).<br />

Na segunda metade deste século os Botocudos que habitavam o Vale do Rio Doce,<br />

tradicionalmente inimigos dos Maxakali, ao sofrerem a ação dos colonizadores na região<br />

começaram a se deslocar rumo ao nordeste de <strong>Minas</strong> Gerais. Fugindo da guerra com esses<br />

mais de cinco textos relacionados ao assunto.<br />

14 Conhecido etnólogo alemão, por vários anos atuando aqui no Brasil entre grupos indígenas, falecido em<br />

1945, Nimuendajú esteve entre muitas tribos brasileiras, dentre as quais os Maxakali e Krenak, coletando<br />

dados que foram encaminhados ao Serviço de Proteção ao Índio. Suas observações se tornaram o primeiro<br />

documento de cunho antropológico escrito sobre os Maxakali.<br />

15 Professor da UFMG, Marcos Rubinger visitou os Maxakali em julho de 1962 e janeiro de 1963, envolvido<br />

com o Projeto de Pesquisa Maxakali. Desta forma, foi o segundo a pôr em papel um texto antropológico<br />

sobre os mesmos. Na segunda visita, se fez acompanhar de uma estagiária do Museu Nacional, professora<br />

Maria Stella Alves de Faria, que veio também a escrever um documento sobre os Maxakali.<br />

15

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