28.05.2013 Views

SEGUNDA PARTE Minas Indígena - Instituto ANTROPOS

SEGUNDA PARTE Minas Indígena - Instituto ANTROPOS

SEGUNDA PARTE Minas Indígena - Instituto ANTROPOS

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

2. ABORDAGEM LINGÜÍSTICA<br />

<strong>Minas</strong> <strong>Indígena</strong> 163<br />

A abordagem lingüística utiliza-se das técnicas ou ferramentas lingüístico-<br />

antropológicas para estabelecer um contato real e comunicativo com o povo, resultando<br />

geralmente em análise e grafia da língua materna, alfabetização e tradução bíblica. Trata-se<br />

de uma abordagem que exige muita responsabilidade, bem como capacidade técnica, sendo<br />

na maioria das vezes um trabalho de vários anos. Muita dedicação, paciência e integração<br />

social com o povo se faz necessário, pois não é possível fazer um estudo apenas<br />

lingüístico, é sim necessário uma compreensão macro-cultural.<br />

No Brasil <strong>Indígena</strong>, esta abordagem tem sido um dos principais instrumentos de<br />

preservação cultural nos vários grupos que recebem missionários lingüistas. Os primeiros<br />

trabalhos nesta área tiveram início ainda em 1928 com a Missão Caiuá, que atuando entre<br />

os Caiuá registraram seu idioma e criaram cartilhas de alfabetização, que vieram a se<br />

tornar instrumentos de preservação tanto lingüística como cultural. Em 1946, tiveram<br />

início os trabalhos da NTM – New Tribes Mission 132 e dez anos depois chegaram os<br />

missionários da WBT – Wycliffe Bible Translators e SIL – Summer Institute of<br />

Linguistics 133 (Souza, 1996.38,39), tendo este último, como um dos alvos principais,<br />

grupos indígenas que estavam sob ameaça de extinção. Sua abordagem consistia<br />

basicamente na análise lingüística, elaboração de cartilhas, educação na língua materna e<br />

tradução bíblica. Foi a partir do trabalho destes missionários que a abordagem lingüística<br />

passou a ser efetivamente adotada entre indígenas do Brasil. Grupos que outrora estavam<br />

em acelerado processo de extinção passaram a experimentar um considerável crescimento<br />

populacional.<br />

Na <strong>Minas</strong> <strong>Indígena</strong>, o único grupo a receber esta abordagem foi os Maxakali, que<br />

em 1959 receberam, através do SIL, o casal de missionários lingüistas Harold e Frances<br />

132 Em 1953 criou razão social nacional como MNTB – Missão Novas Tribos do Brasil, incluindo brasileiros<br />

no seu rol de membros até se tornar totalmente nacional.<br />

133 Hoje Sociedade Internacional de Lingüística.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!