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SEGUNDA PARTE Minas Indígena - Instituto ANTROPOS

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<strong>Minas</strong> <strong>Indígena</strong> 114<br />

Há também a Dança do Cansanção, geralmente realizada no primeiro sábado do<br />

mês de março, quando as mulheres do grupo trazem do mato cestos cheios de umbu e os<br />

oferecem aos homens com os quais irão formar pares para os festejos. Estes com o corpo<br />

pintado de branco tentam, durante a dança, livrar-se dos golpes de galhos de cansanção 92<br />

que lhes são enviados. É uma prova de agilidade dolorosa para os perdedores.<br />

6.1.4.1.4. OUTRAS CERIMÔNIAS<br />

O grupo de <strong>Minas</strong> Gerais deixou de praticar várias outras cerimônias que em<br />

Pernambuco ainda são muito praticadas. Algumas foram abandonadas em virtude das<br />

diferenças geográficas e falta de produtos comuns à terra. Outras devido ao reduzido<br />

número de adultos que aqui vive. Entretanto, tais cerimônias fazem parte da cultura<br />

Pankararu e certamente voltarão a ser praticadas quando houver um grupo numericamente<br />

viável.<br />

Dentre outras, poderíamos destacar a Festa do Umbu, realizada no início do ano,<br />

quando aparecem os primeiros frutos do umbuzeiro. O primeiro fruto encontrado é trazido<br />

“ao dono do terreiro poente” e preso a um fio entre duas forquilhas, onde os índios tentam<br />

flechar o umbu. Os participantes se pintam de branco, usando vestes de palha de ouricuri<br />

ou croá, armados de arco e flecha. Aquele que consegue flechar o umbu recebe como<br />

prêmio um resistente cipó. Começa então a prova do puxamento do cipó, na qual um grupo<br />

ao lado do nascente procura arrastar outro colocado ao lado do poente.<br />

Há também a Dança dos Bichos, na qual os ganhadores são os que melhor<br />

conseguem representar os movimentos de animais como o porco, o cachorro, a formiga e o<br />

sapo.<br />

6.1.4.2. ENTIDADES ESPIRITUAIS<br />

6.1.4.2.1. PRAIÁS<br />

“Os ‘praiás’, são os ‘encantados’, pessoas que têm o status de receberem espíritos<br />

dos ancestrais para curas, vidências e outras práticas espirituais” 93 . Na prática, tanto os<br />

espíritos dos ancestrais como os “encantados” que recebem estes espíritos são chamados de<br />

praiás. São estas entidades que protegem os Pankararu e os orientam quanto aos seus<br />

92<br />

Vegetal que traz tanto no seu caule como nas folhas, uma grande quantidade de espinhos que causam<br />

inchaço, coceira e queimação.<br />

93<br />

Em correspondência pessoal (28/05/02) do Missionário Élio Moraes, da MNTB, que trabalha com os<br />

Pankararu no Pernambuco.

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