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SEGUNDA PARTE Minas Indígena - Instituto ANTROPOS

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<strong>Minas</strong> <strong>Indígena</strong> 178<br />

se não houver um envolvimento direto com os problemas por eles enfrentados, a<br />

mensagem fica pouco relevante e a compreensão distorcida. É preciso pensar num<br />

evangelho integral, que toque não apenas o espiritual, mas também o cotidiano.<br />

3.4. ALGUMAS SUGESTÕES<br />

Pelo menos mais duas principais áreas de atuação precisam ser agregadas a esta<br />

abordagem, em especial nos povos onde já existe um grupo de convertidos: discipulado e<br />

formação de líderes indígenas. Estes recém convertidos precisam ser conduzidos da<br />

imaturidade à maturidade cristã, e isto só pode acontecer através de um processo de<br />

discipulado, onde cristãos maduros acompanham os novos na fé, transmitindo-lhes através<br />

do ensino bíblico e da prática diária, os fundamentos da fé cristã. Somente com cristãos<br />

indígenas maduros estas igrejas se tornarão fortes o suficiente para evangelizarem o<br />

restante do povo. Este primeiro discipulado precisa ser feito pelos obreiros não-indígenas<br />

que estão atuando nestes grupos e assim o processo se torna natural com os demais que<br />

forem se convertendo. Nos grupos abordados, constatamos certa preocupação com esta<br />

questão apenas entre os Pataxó, no trabalho da Assembléia de Deus, mas ao que parece,<br />

não chega a ser efetivamente um discipulado, e sim um doutrinamento para batismo (cf.<br />

5.1.9.1. 2ª Parte).<br />

Cristãos maduros precisam ser conduzidos ao serviço e para isto faz-se necessário<br />

treinamento. É preciso investir nos convertidos com capacidade de liderança e clara<br />

vocação, para que estes se tornem os próprios líderes da igreja plantada no seu povo. Estas<br />

igrejas não podem continuar dependendo de obreiros não-indígenas que as visitem uma vez<br />

por semana. Um treinamento contextualizado à realidade do povo deve ser priorizado,<br />

habilitando indígenas a ministrar e liderar outros indígenas, rumo à autoctonia.<br />

Infelizmente não constatamos esta preocupação em nenhum grupo abordado. Os obreiros<br />

Xacriabá da Assembléia de Deus, foram ordenados deliberadamente como estratégia para<br />

“segurar” os demais convertidos 152 , não considerando a maturidade cristã destas pessoas,<br />

mas apenas o tempo de conversão e poder de influência (cf. 2.1.6.3. 2ª Parte).<br />

De modo geral, todos os oito grupos indígenas de <strong>Minas</strong> estão abertos a uma<br />

abordagem kerygmática direta, obviamente, podendo haver um menor ou maior grau de<br />

aceitação. Dos quatro grupos que não estão sendo alvos desta abordagem, com certeza dois<br />

estariam de portas abertas para missionários: Kaxixó (cf. 8.2. 2ª Parte) e Aranã (cf. 9.2. 2ª<br />

152 Em entrevista com o Pr. Édson Campos, no dia 10/04/02.

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