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SEGUNDA PARTE Minas Indígena - Instituto ANTROPOS

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<strong>Minas</strong> <strong>Indígena</strong> 143<br />

Tem a responsabilidade de responder pelo cacique na ausência do mesmo, bem<br />

como auxiliá-lo em todas as suas atividades. Atualmente a função é exercida pelo senhor<br />

Zezinho, de 67 anos, viúvo, irmão do senhor Djalma, também residente no Capão do<br />

Zezinho. Apesar de não possuir todo o conhecimento histórico do seu irmão e se tratar de<br />

um homem muito simples, também tem o apoio e respeito de todo o grupo. Ao contrário do<br />

irmão, é de pele negra e cabelos crespos, o que leva igualmente muitos da sociedade<br />

externa a criticar e duvidar da sua indianidade. Mas esta torna-se evidente no<br />

comportamento do mesmo e na forma de falar da sua própria identidade.<br />

8.1.6.3. CONSELHO TRIBAL<br />

Como na maioria dos grupos indígenas do Estado, além do cacique e vice-cacique<br />

há um Conselho, formado pelos anciãos do grupo, tanto homens como mulheres, ao qual<br />

cabe pesar as decisões a serem tomadas, principalmente em se tratando de articulações<br />

políticas tanto internas como externas do seu povo. Chamado simplesmente de<br />

“Liderança”, atualmente é formado pelos chefes de família Zezinho (José Vicente), Eva,<br />

Zé Francisco (Marreco), Vanda, João e Pedro (Baixinho)<br />

8.1.6.4. OUTRAS PESSOAS DE DESTAQUE<br />

Vale aqui destacar ao menos mais duas pessoas que gozam de grande credibilidade<br />

no grupo. Manoel Peão, apesar de residir na cidadela de Ibitira, é considerado o pajé dos<br />

Kaxixó por possuir poderes de cura – curador – e deter grande conhecimento dos seus<br />

rituais tradicionais.<br />

Apesar de bastante jovem, com apenas 28 anos, Jerry Adriane exerce grande<br />

influência em todo o povo, sendo bem quisto por muitos. Neto da dona Antonieta, tem<br />

demonstrado grande capacidade de articulação e discussão em torno da identidade étnica<br />

do seu povo com profissionais e instituições indigenistas, tendo exercido a função de vice-<br />

cacique por vários anos. É o autor das principais denúncias contra fazendeiros da região,<br />

tendo sido inclusive, vítima de um atentado em abril de 1993 (Caldeira, 1999.39). De pele<br />

vermelha-morena, cabelos e olhos negros, consideravelmente alto e com músculos<br />

avantajados, nos eventos de representação e em reuniões especiais usa um belo cocar e<br />

pinturas corporais que lhe dão uma aparência muito característica. Mas certamente a sua<br />

maior influência sobre o grupo passa pela religiosidade, pois ele pratica rituais envolvendo<br />

invocação de espíritos – língua de Angüera – sendo um pajé em potencial. Isto parece ter

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