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SEGUNDA PARTE Minas Indígena - Instituto ANTROPOS

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<strong>Minas</strong> <strong>Indígena</strong> 144<br />

herdado da avó Antonieta que também possui “poderes” espirituais, mas evita falar sobre<br />

isso.<br />

8.1.7. OUTRAS MANIFESTAÇÕES CULTURAIS<br />

As pinturas corporais têm sido cada vez mais usadas, principalmente em datas ou<br />

locais especiais, como em congressos ou comemorações fora do seu território. Fazem<br />

principalmente riscos de cores diversas no rosto e os homens também no tórax.<br />

Interessante é que durante anos eles foram proibidos de se pintarem, mas segundo o senhor<br />

Djalma, “quando alguém do grupo morria, eles levantavam escondido a tampa do caixão, e<br />

pintavam o rosto da pessoa” (Baeta, 1999.62). Como enfeites usam principalmente, colares<br />

e pulseiras de madeira ou sementes, e cada líder um belo cocar.<br />

Têm produzido também bastante artesanato, alguns para uso pessoal, mas a<br />

maioria para comercialização. Neste aspecto desenvolvem algo bastante peculiar, que é a<br />

fabricação de peças de barro, geralmente enfeitadas com penas, como pequenos potes e<br />

semelhantes. Dos grupos de <strong>Minas</strong>, somente eles trabalham com barro, o que demonstra<br />

uma características bem particular. É evidente porém, que todas estas manifestações não<br />

possuem mais um fim de embelezamento pessoal, mas sim de reafirmação cultural.<br />

8.1.8. SOBREVIVÊNCIA<br />

Como o território que atualmente eles têm posse é pequeno e não unificado, sendo<br />

insuficiente para o abastecimento de todo o grupo, a maior parte dos Kaxixó são<br />

empregados de fazendas vizinhas, principalmente como vaqueiros e roceiros. Entretanto,<br />

mesmo com a insuficiência territorial, alguns praticam a agricultura familiar de<br />

subsistência, cultivando principalmente feijão, arroz, milho, algodão, mandioca, cará e<br />

amendoim, criando também animais de pequeno porte como porcos e galinhas.<br />

Duas famílias – Zico e Ozires – praticam a pesca no Rio Pará como sua principal<br />

fonte de subsistência, dispondo, entretanto, do mínimo de equipamentos, principalmente<br />

geladeiras, o que dificulta colorar seus produtos no mercado regional (Caldeira, 2001b.43).<br />

Outras famílias ainda se valem da aposentadoria dos mais idosos, como no caso do<br />

grupo da dona Antonieta. Ela é aposentada e sustenta seus dois netos Jerry e Lidiano, com<br />

o seu benefício. Jerry tem muita dificuldade em conseguir emprego na região por ser<br />

identificado como uma forte liderança indígena, principalmente após as várias denúncias<br />

contra fazendeiros.

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