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SEGUNDA PARTE Minas Indígena - Instituto ANTROPOS

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<strong>Minas</strong> <strong>Indígena</strong><br />

grupo residencial, podendo ser tanto homem como mulher. Na aldeia de Água Boa os dois<br />

maiores grupos residenciais têm como líder mulheres – Maria Diva e Noêmia.<br />

Entretanto, com as modificações que a sociedade vai enfrentando, novas categorias<br />

começam a surgir. Dado à necessidade de representantes junto às autoridades externas, eles<br />

têm elegido “caciques” que os representam. Com o advento da escola, os professores<br />

também começam a exercer influência nos grupos residenciais e em toda a aldeia.<br />

Um fato interessante é que os Maxakali se distinguem da maioria das tribos<br />

indígenas quanto ao papel do pajé. Na verdade pode-se dizer que os Maxakali não possuem<br />

pajés, pois crêem que cada homem nasce com poderes religiosos. O que eles têm são<br />

anciãos que se destacam na tribo pela sua experiência nos rituais – de cura principalmente<br />

– e, ademais, o cacique acumula deveres políticos e religiosos (Paraíso, 1999.Internet).<br />

3.1.5. PROBLEMAS SOCIAIS<br />

3.1.5.1. SOBREVIVÊNCIA<br />

A sobrevivência étnica dos Maxakali esteve seriamente ameaçada chegando a<br />

correrem risco de extinção. Eles são típica e culturalmente caçadores, pescadores e<br />

coletores, tendo a terra como algo sagrado. O principal alvo dos colonizadores era<br />

exatamente suas terras, e quando estas lhes foram tomadas, ficaram durante décadas sem a<br />

sua fonte de subsistência. As duas aldeias onde por muitos anos foram confinados não<br />

eram suficientes para a sobrevivência de quase mil índios, além do que os fazendeiros<br />

invasores desmataram toda a região, fazendo dos bosques pastos para bovinos. Isto acabou<br />

com a caça, coleta e minguou os rios quase totalmente. Foram impedidos pelos fazendeiros<br />

de até mesmo banharem-se nos seus rios. O principal rio da reserva é o Umburaninha, e<br />

durante o período de invasão esteve sob o domínio dos fazendeiros. Sem onde caçar,<br />

coletar e pescar, os Maxakali se tornaram muito sedentários enfrentando por muitos anos<br />

uma difícil luta pela sobrevivência. Suas alternativas eram portanto arrebatar animais dos<br />

vizinhos “brancos” ou sair às cidades da região pedindo ajuda. Às margens das rodovias<br />

em direção às cidades de Governador Valadares, Teófilo Otoni e outras, muitos índios<br />

morreram assassinados, atropelados e mesmo por excesso de álcool. Hoje, de posse<br />

novamente das suas terras este problema pode deixar de existir, mas será necessário um<br />

longo processo de reeducação étnica e reflorestamento da reserva.<br />

Atualmente, sobrevivem dos poucos produtos que cultivam, da comercialização –<br />

desvalorizada – de alguns destes produtos e artesanatos, doações da FUNAI e do salário<br />

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