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SEGUNDA PARTE Minas Indígena - Instituto ANTROPOS

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<strong>Minas</strong> <strong>Indígena</strong><br />

detenção ali registrados, foram roubo, homicídio, embriaguez e vadiagem. Em 1971, este<br />

presídio foi transferido para a Fazenda Guarani, no município de Carmésia, e com ele os<br />

seus detentos, juntamente com os anfitriões compulsórios – Krenak, e lá se juntou a eles<br />

um grupo dos Pataxó da Bahia. Esta colônia penal funcionou apenas até 1972, mas foi<br />

tempo suficiente para provocar a morte, sofrimento, exílio e fuga de vários indígenas,<br />

principalmente Krenak.<br />

5.3. FUNAI – FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO<br />

Em dezembro de 1967 foi criada a FUNAI – Fundação Nacional do Índio,<br />

substituindo assim o extinto SPI. Enquanto o SPI tinha como principal objetivo “civilizar”<br />

os indígenas e torná-los úteis à sociedade dominante, a FUNAI tem o objetivo de<br />

“integrar” os indígenas à sociedade dominante. Desenvolvendo trabalho em parceria com<br />

entidades religiosas e ONG’s, tem em <strong>Minas</strong> como principais parceiros o CIMI – Conselho<br />

Indigenista Missionário, com forte atuação principalmente entre os Maxakali a partir da<br />

década de 1980, e o CEDEFES – Centro e Documentação Eloy Ferreira da Silva, que até<br />

hoje lidera a luta pelos direitos indígenas no Estado. Surge assim um movimento de<br />

articulação, sendo um marco deste a Primeira Assembléia <strong>Indígena</strong> do Leste, realizada em<br />

Itambacuri, em 1979 (Ribeiro, s.d.7). Na década de 1980, os indígenas de <strong>Minas</strong> obtêm<br />

apoio de sindicatos de trabalhadores e em 1989 acontece em Governador Valadares, o 1 º<br />

Encontro de Lideranças <strong>Indígena</strong>s de <strong>Minas</strong> Gerais e Espírito Santo (Soares, 1992.15).<br />

5.4. DESFECHO HISTÓRICO DOS GRUPOS MINEIROS<br />

O século XX foi marcado por uma intensa resistência e luta dos grupos Xacriabá,<br />

Maxakali e Krenak pela sobrevivência e posse de suas terras. Mesmo neste século, muito<br />

sangue indígena foi derramado e o leste e norte do Estado foram palco de ações brutais por<br />

parte do governo, fazendeiros e poderosos contra os indígenas.<br />

5.4.1. A LUTA DOS XACRIABÁ<br />

Devido a sua forte miscigenação étnica e elevado grau de descaracterização<br />

cultural, os Xacriabá permaneceram basicamente sem nenhuma assistência até bem<br />

recente. “No início do século XIX, os Xacriabá de São João das Missões estavam<br />

abandonados pelo poder da província (...) sem missionário ou diretor” (Paraíso, 1987.22), e<br />

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