SEGUNDA PARTE Minas Indígena - Instituto ANTROPOS
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<strong>Minas</strong> <strong>Indígena</strong><br />
resistência aos invasores das suas terras, principalmente a partir de 1808 quando ocorreu a<br />
invasão sistemática de seus territórios e se ampliaram os conflitos com outros grupos<br />
étnicos, particularmente com os Botocudos.<br />
O termo Maxakali é uma palavra de língua desconhecida mas que aparentemente<br />
indica exatamente esta união de vários grupos. Por esta razão há divergência quanto a<br />
autodenominação do grupo: Monacó bm – Nimuendajú 40 (1958.54); Kumanaxú – Joaquim<br />
Souza, antigo chefe de posto (Paraíso 41 , 1999.Internet); Tikmã-ãn – Alvares 42 (1995.91);<br />
mas tudo indica que Frances Popovich 43 (1994.15) tem razão quando registra Tikmü’ün<br />
como o termo que adotam para si mesmos.<br />
3.1.1.2. GRUPOS QUE COMPÕEM A FAMÍLIA ÉTNICA<br />
Parece que os Maxakali faziam parte da confederação étnica chamada Naknenuk<br />
composta pelos Pataxó, Manoxó ou Amixakori, Kumanaxó, Kutatói, Malali, Makoni,<br />
Kopoxó, Kutaxó e Pañâme, que se opunha principalmente aos Botocudos (Paraíso,<br />
1999.Internet). Como a maioria destes grupos foram extintos, hoje a família Maxakali é<br />
formada apenas pelos próprios Maxakali, Pataxó e Pataxó Hã-hã-hãe (Rodrigues, 1994.56).<br />
3.1.1.3. TRONCO LINGÜÍSTICO<br />
Segundo Popovich (1994.15) e Aryon Rodrigues (1994.56), pertencem ao tronco<br />
Macro-Jê, família Maxakali e língua Maxakali.<br />
3.1.1.4. CLASSIFICAÇÕES ETNOLÓGICAS<br />
3.1.1.4.1. QUANTO A HABITAÇÃO<br />
Nimuendajú (1954.59) se referiu às famílias Maxakali como sendo “pelo menos<br />
predominantemente patrilocais” e tem razão quando diz “predominante”, pois segundo<br />
Popovich (1994.25) quando do casamento o casal vai morar “com os pais da noiva até o<br />
primeiro bebê deles poder sentar-se sozinho, ocasião quando deveriam construir sua<br />
própria casa”, geralmente perto da casa dos pais do noivo. A índia Maria Diva explica que<br />
40 Nimuendajú esteve entre os Maxakali em 1939, colhendo dados que foram encaminhados ao SPI. Suas<br />
observações se tornaram o primeiro documento antropológico escrito sobre eles.<br />
41 A Dra. Paraíso é uma profunda conhecedora da história Maxakali, visto ter desenvolvido sua dissertação de<br />
mestrado sobre grupos indígenas incluindo os Maxakali.<br />
42 A Dra. Alvares esteve por dois períodos morando nas aldeias Maxakali e apresentou dissertação de<br />
mestrado sobre a referida tribo na UNICAMP.<br />
43 Sem dúvida alguma, a Dra. Frances é a maior conhecedora da língua e cultura Maxakali, pois com eles<br />
morou de 1959 a 1981, estudando sua cultura e traduzindo o Novo Testamento para sua língua.<br />
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