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Andréa Máris Campos Guerra - CliniCAPS

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A estabilização psicótica na perspectiva borromeana: criação e suplência<br />

analítico. E esse equívoco alcança a função de sentido-gozo operada pelo Pai enquanto<br />

nomeador, permitindo ao sujeito fazer dele uma versão que oriente seu gozar. Nesse<br />

sentido, o Pai opera aqui como esse elemento suplementar que nomeia uma forma de<br />

gozo para cada sujeito, no ponto em que este faz do Pai sua versão. Quando Lacan diz o<br />

Nome do Pai, “isso quer dizer que pode haver aí, como no nó borromeano, um número<br />

indefinido. É esse o ponto vivo. É que esses números indefinidos, estando atados, tudo<br />

repousa sobre um, enquanto furo, ele comunica sua consistência a todos os outros”<br />

(LACAN, 1974-75, aula de 15/04/1975). Se o ponto de partida para um nó é a não-<br />

relação sexual como furo, já temos três, e não somente dois, elementos; e sendo três, seu<br />

efeito real de amarração já é um quarto. Em outras palavras, se dois a dois os registros<br />

se encontram livres no nó – basta observar a figura abaixo –, o fato de o terceiro fazer<br />

nó desses dois já é um efeito real, mais-um, sobre os elementos originários. O efeito real<br />

de amarração que se obtém é, em si mesmo, um quarto elemento. E ele é o Pai, ou a<br />

versão de Pai, na perspectiva acima exposta.<br />

Passar do nó de três para o de quatro foi apenas uma conseqüência necessária na<br />

teorização lacaniana. Ele isolou esse efeito real, traçou-o na figura de maneira<br />

borromeana como quarto elemento, e dispôs os três registros soltos e sobrepostos uns<br />

em relação aos outros, evidenciando a função de amarração que o Pai pode ter enquanto<br />

sinthoma. Observe a passagem realizada comparando as duas figuras abaixo.<br />

Figura 02 – Nó borromeano de três elementos<br />

Aqui os aros estão entrecruzados dois a dois, ficando soltos dois a dois. Esse efeito real<br />

de amarração, Lacan isola como quarto elemento abaixo, deixando todos os aros livres<br />

uns em relação aos outros.<br />

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