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Andréa Máris Campos Guerra - CliniCAPS

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A estabilização psicótica na perspectiva borromeana: criação e suplência<br />

letra, de forma tal que ela mesma se suporte do real do nó. Enlaçamento que um nó<br />

pode produzir entre os três registros, cernindo o gozo sob a forma do objeto a, extraído<br />

dessa operação. Esse é um dos usos clínicos e, portanto, metodológico ou investigativo<br />

que podemos fazer da topologia do nó enquanto realidade operatória.<br />

Assim, ela foi tomada aqui como vetor de mostração dos casos, paralelamente à<br />

discussão teórico-clínica destes, sem a pretensão de estabelecer um saber unívoco e<br />

acabado, mas antes aprendendo com a psicose na construção de soluções pelo viés da<br />

criação. Buscamos encontrar, em cada caso, a relação entre os três registros e a<br />

modalização de sua escrita, pois, mais do que a determinação de quais os recursos<br />

materiais que poderiam favorecer o trabalho de estabilização para um sujeito psicótico,<br />

verificamos que é o uso que ele faz desses recursos, o artifício que ele inventa no uso<br />

que estabelece com esses recursos que pode fazer operar a estabilização enquanto<br />

suplência.<br />

Em função da dimensão do singular na comparação dos casos, trabalharemos com uma<br />

estrutura de apresentação que não se prenderá a um mesmo molde de exposição para os<br />

dois casos, mas antes tratará de destacar essa escrita particularizada em cada um.<br />

Portanto, percorreremos a história de vida e história clínica de nossos sujeitos num<br />

primeiro momento, para, em seguida, empreendermos a análise teórico-clínica do caso.<br />

Finalmente, vamos nos deter na mostração topológica para extrair as conseqüências<br />

dessas análises na discussão de nossa hipótese de investigação.<br />

4.2 Uma Primeira Solução Singular: A Escrita do Profeta Gentileza<br />

4.2.1 História de vida e história clínica 89<br />

Aqui apresentamos a trajetória de vida de Gentileza, construída a partir dos pontos de<br />

movimentos subjetivos realizados por ele na construção de um novo nome e de uma<br />

nova forma de se escrever, como trabalho na estabilização psicótica. Os dados e datas<br />

abaixo ficarão mais claramente demarcados ao ganharem o contorno teórico-clínico que<br />

organiza o caso em seguida. Mantivemos, no Anexo II, uma cronologia biográfica<br />

resumida que demarca com mais concisão esses pontos de estofo no estudo do caso.<br />

Abaixo, seguem os dados construídos de maneira historicizada, destacados sobretudo o<br />

trabalho delirante e o de escrita da obra.<br />

89 Em sua essência, os dados brutos aqui reunidos foram extraídos dos livros de GUELMAN (1997 e<br />

2000) e das entrevistas realizadas com ele e com Maria Alice Datrino, filha de Gentileza, em 2003.<br />

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