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Andréa Máris Campos Guerra - CliniCAPS

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A estabilização psicótica na perspectiva borromeana: criação e suplência<br />

Na medida em que se aumenta o número de cruzes, o número de nós multiplica-se,<br />

havendo, por exemplo, quarenta e nove tipos de nó com nove cruzamentos. E os nós<br />

com treze cruzes são em número de 9988. Morwen Thistlethwaite foi o inglês<br />

responsável pela elaboração de um programa de computador que, em 1981, estabeleceu<br />

2176 nós de doze cruzamentos e, em 1982, o número dos de treze pontos de cruz. A<br />

partir de catorze pontos de cruz, os matemáticos supõem que o número de nós crescerá<br />

tanto que será incalculável – se é que ainda não se chegou a essa cifra suposta através da<br />

evolução da informática...<br />

As cadeias, por seu turno, se escrevem com três números, e não apenas dois: o da base,<br />

um pequeno acima à direita (superíndice) e outro pequeno abaixo deste, mais à direita<br />

também (subíndice). O número de base representa o número de pontos de cruz. O<br />

superíndice indica o número de componentes da cadeia (o número de aros). E o<br />

subíndice indica a qual versão essa cadeia corresponde – não o número de suas<br />

apresentações possíveis.<br />

Por exemplo, a cadeia borromeana tal qual Lacan utiliza escreve-se: 6, seguido do<br />

número 3 no superíndice (acima) e do número 2 no subíndice (abaixo). Isso indica que é<br />

uma cadeia com seis pontos de cruz, três componentes ou três aros, sendo o segundo<br />

tipo de cadeia de seis cruzamentos – no caso, existem três versões. Com esse nó, vimos<br />

que Lacan consegue mostrar o real de sua proposta teórica acerca dos registros, abrindo<br />

a possibilidade de pensarmos que são inúmeras as formas de arranjo subjetivo para cada<br />

um.<br />

3.2 Topologia e Psicose<br />

Na década de 50, Lacan não falava ainda de nós para operar a clínica possível das<br />

psicoses, mas já ensaiava uma certa topologia da estabilização ao propor o Esquema I.<br />

Nesse período, era à hipérbole que ele se referia para pensar como a não operação da<br />

metáfora paterna poderia ser suturada pela metáfora delirante. Já se tratava de uma certa<br />

amarração, poderíamos nos arriscar a dizer, mas não ainda de um nó.<br />

Apesar disso, juntamente com Benveniste e com Lévi-Strauss, começou a reunir-se<br />

ainda em 1951 com o matemático Georges-Th. Guilbaud para trabalhar sobre as<br />

estruturas e estabelecer pontes entre as ciências humanas e as matemáticas. Sua relação<br />

com Guilbaud foi diferente de sua relação com Soury. Lacan manteve com Guilbaud<br />

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