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Andréa Máris Campos Guerra - CliniCAPS

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A estabilização psicótica na perspectiva borromeana: criação e suplência<br />

(imaginário e simbólico entrelaçados como erro de seu nó). Além disso, do que resta<br />

real, sem significação, o Profeta faz escrita e invenção (real que é enlaçado com o outro<br />

par – I e S – pelo quarto elemento corretor, correspondente a sua obra, e que se enlaça<br />

fortalecendo o real), amarrando um gozo pelo nome-missão que a gentileza convoca.<br />

Figura 36 – Suplência do nó do Profeta Gentileza<br />

Como se vê, temos o Imaginário e o Simbólico entrelaçados, e o Real solto entre os<br />

dois. A suplência se escreve como quarto nó corrigindo o ponto em que o erro figurou.<br />

Não se trata, portanto, de um trabalho que teria se reduzido a uma metáfora delirante,<br />

nem, por outro lado, uma obra que teria produzido uma amarração que impediria um<br />

desencadeamento. Já desencadeada, a psicose encontrando-se declarada, um corte já<br />

tendo desembaraçado todos os registros, o sujeito, então, corta e os remenda num<br />

trabalho de costura de um novo modo de ser.<br />

4.3 O Segundo Caso: A., de Flagelo de Deus à “Sedi di Shacina”, e Daí em Diante...<br />

4.3.1 História de vida e história clínica 92<br />

“O menor ato de criação espontânea é um mundo mais<br />

complexo e revelador que qualquer metafísica.” (A.)<br />

Conhecemos A. quando ele estava com 41 anos, em 2005, quando realizamos a primeira<br />

entrevista com ele. Nascido em dezembro de 1964, é o caçula da família de quatro<br />

irmãos (dois homens e duas mulheres). Estudou até o segundo ano do segundo grau,<br />

quando se deu o desencadeamento de sua psicose. Sempre morou com a mãe, e tem uma<br />

92 Os dados aqui apresentados foram colhidos em entrevistas com A., sua mãe, o médico psiquiatra e a<br />

analista que acompanha o caso entre 2005 e 2006.<br />

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