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Andréa Máris Campos Guerra - CliniCAPS

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A estabilização psicótica na perspectiva borromeana: criação e suplência<br />

Figura 11 – Duas modalidades da clínica diferencial (SKRIABINE, 2006, p. 61)<br />

Como se vê na comparação dos dois desenhos, a Verwerfung, no primeiro caso, é o<br />

divisor de águas para se pensar as estruturas clínicas e seu diagnóstico diferencial entre<br />

neurose, psicose e perversão. Partindo dessa perspectiva, a idéia de suplência se assenta<br />

sobre a presença ou ausência do significante do Nome-do-Pai, que agenciaria a entrada<br />

do sujeito na linguagem, dividido como desejante. Nessa ótica, podemos pensar que o<br />

psicótico se valerá de diferentes recursos para realizar uma mesma operação de<br />

reparação, qual seja, a reparação da ausência do Nome-do-Pai.<br />

Na segunda perspectiva, é a forma de amarração do nó que instala o campo diferencial<br />

das suplências e, conseqüentemente, do diagnóstico e da estabilização. A falta estrutural<br />

para todos do significante-índice no campo do Outro traz como efeito a pluralização dos<br />

nomes do pai como estilos de suplência, de reparação, de solução. Nessa abordagem, o<br />

recurso material utilizado pelo sujeito na construção de uma solução a essa falta<br />

estrutural é secundário em relação à operação que a realiza. Interessa menos distinguir<br />

ser a arte ou o delírio o recurso do qual o sujeito se vale nesse trabalho, que<br />

precisarmos, na direção do tratamento, a via e o estilo de operação que inclui esses<br />

recursos na construção de sua suplência.<br />

Dessa maneira, nossa hipótese inicial ganha uma sobreposição, talvez mesmo um<br />

deslocamento. Partimos da hipótese de que a obra na psicose poderia apresentar-se<br />

como solução a partir de um trabalho sobre o campo do real que produzisse uma<br />

condensação de gozo, realizada a partir da criação artística sobre uma superfície<br />

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