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10 Anos da Revista EMERJ - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado ...

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Assim, em termos <strong>de</strong> legislação (lege lata), era expressamente<br />

ve<strong>da</strong><strong>da</strong> a progressão <strong>de</strong> regime aos apena<strong>do</strong>s por crimes previstos<br />

no caput, <strong>do</strong> artigo 2º, <strong>da</strong> cita<strong>da</strong> lei. Por óbvio, a Lei nº 11.464/07,<br />

ao possibilitar a progressão <strong>de</strong> regime, é mais benéfica (novatio<br />

legis in mellius) e, portanto, por força <strong>do</strong> parágrafo único, <strong>do</strong> artigo<br />

2º, <strong>do</strong> Código Penal, <strong>de</strong>ve ser aplica<strong>da</strong>, mesmo para as hipóteses<br />

que antece<strong>de</strong>ram sua entra<strong>da</strong> em vigor.<br />

No entanto, em muitas ocasiões, não vem sen<strong>do</strong> este o entendimento<br />

a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> pelos Tribunais <strong>de</strong> <strong>Justiça</strong> e, em especial, pelo Superior<br />

<strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Justiça</strong>.<br />

Isso porque, <strong>da</strong>ta venia, parte-se <strong>de</strong> uma falsa premissa e, por<br />

conseqüência, chega-se a uma conclusão equivoca<strong>da</strong> e injusta.<br />

Enten<strong>de</strong>m alguns que pelo simples fato <strong>de</strong> o Supremo <strong>Tribunal</strong><br />

Fe<strong>de</strong>ral ter, em controle difuso, <strong>de</strong>clara<strong>do</strong> a inconstitucionali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>do</strong> parágrafo primeiro, <strong>do</strong> artigo 2º, <strong>da</strong> Lei nº 8.072/90, prevaleceria<br />

o artigo 112, <strong>da</strong> Lei <strong>de</strong> Execução Penal (Lei nº 7.2<strong>10</strong>/84).<br />

Vale dizer, o cita<strong>do</strong> dispositivo estabelece a progressão <strong>de</strong> regime<br />

com o cumprimento <strong>de</strong> ao menos um sexto <strong>da</strong> pena no regime<br />

anterior.<br />

Assim, se compara<strong>da</strong> a Lei nº 11.464/07 com o artigo 112, <strong>da</strong><br />

LEP, é evi<strong>de</strong>nte que a primeira lei seria o que a <strong>do</strong>utrina classifica <strong>de</strong><br />

novatio legis in pejus e, portanto, não teria retroativi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Nesse senti<strong>do</strong>, traz-se à colação recentíssimo acórdão <strong>do</strong> Superior<br />

<strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Justiça</strong>:<br />

"CRIMES HEDIONDOS. PROGRESSÃO. REGIME. LAPSOS<br />

TEMPORAIS. LEI N. 11.464/2007.<br />

Trata-se <strong>de</strong> habeas corpus substitutivo impetra<strong>do</strong> contra ato<br />

<strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong> a quo por ocasião <strong>do</strong> julgamento <strong>do</strong> anterior writ<br />

em favor <strong>do</strong> paciente que afastou o óbice à progressão <strong>de</strong> regime<br />

imposto na sentença con<strong>de</strong>natória <strong>de</strong> 4 anos e 8 meses<br />

<strong>de</strong> reclusão por tráfico <strong>de</strong> entorpecentes, mas impon<strong>do</strong> a observância<br />

<strong>do</strong> lapso temporal previsto na Lei n. 11.464/2007.<br />

Explica a Min. Relatora que essa lei baniu expressamente a<br />

ve<strong>da</strong>ção à progressão <strong>de</strong> regime prisional em casos <strong>de</strong> con<strong>de</strong>na<strong>do</strong>s<br />

por crimes hedion<strong>do</strong>s, contu<strong>do</strong> estabeleceu lapsos tem-<br />

<strong>Revista</strong> <strong>da</strong> <strong>EMERJ</strong>, v. 11, nº 41, 2008<br />

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