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10 Anos da Revista EMERJ - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado ...

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<strong>de</strong> admissão, cumprin<strong>do</strong> ao juiz in<strong>de</strong>feri-lo, in limine litis,<br />

escoiman<strong>do</strong>-o <strong>do</strong>s autos.<br />

Não haveria em tal maneira <strong>de</strong> <strong>de</strong>cidir qualquer ato <strong>de</strong> arbítrio<br />

<strong>do</strong> julga<strong>do</strong>r, pois não somente as provas ilícitas são inadmissíveis.<br />

Igualmente, as provas absur<strong>da</strong>s e que não apresentam um mínimo<br />

<strong>de</strong> verossimilhança são incabíveis e impertinentes.<br />

É bom assinalar que fatos que escapam aos limites <strong>da</strong> nossa<br />

inteligência, por mera questão <strong>de</strong> bom-senso, não merecem, evi<strong>de</strong>ntemente,<br />

aceitação como prova, pois não po<strong>de</strong>m ser submeti<strong>da</strong>s<br />

a um juízo crítico severo.<br />

No caso <strong>da</strong> psicografia haveria formalmente um <strong>do</strong>cumento<br />

nos autos, que tornaria lícita a prova pretendi<strong>da</strong>. Porém, tal <strong>do</strong>cumento<br />

seria, <strong>de</strong> to<strong>do</strong>, <strong>de</strong>scabi<strong>do</strong>, impertinente e imprestável por não<br />

ser capaz <strong>de</strong> trazer qualquer contribuição para a ver<strong>da</strong><strong>de</strong> real, uma<br />

vez que não se po<strong>de</strong> afirmar nem tampouco infirmar o que nele<br />

está conti<strong>do</strong>.<br />

<strong>10</strong>. É interessante observar que no caso <strong>do</strong> "Mago Peruano" (2,<br />

supra), caso tivesse oficia<strong>do</strong> nos autos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início <strong>do</strong> procedimento,<br />

não teria sequer ofereci<strong>do</strong> a <strong>de</strong>núncia por falta <strong>de</strong> justa causa<br />

para a imputação, pois jamais admitiria formular acusação contra<br />

os indicia<strong>do</strong>s naquelas circunstâncias.<br />

11. Deparan<strong>do</strong>-me com a psicografia, como salientei (7, supra)<br />

<strong>de</strong> na<strong>da</strong> valeria igualmente colher o <strong>de</strong>poimento <strong>do</strong> médium,<br />

não somente porque o conteú<strong>do</strong> <strong>do</strong> escrito não lhe pertenceria pois<br />

fora dita<strong>do</strong> por um espírito, como também porque estaríamos diante<br />

<strong>de</strong> uma ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira petição <strong>de</strong> princípio, paralogismo em que se estaria<br />

acolhen<strong>do</strong> previamente como ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro aquilo que se tinha<br />

em mira <strong>de</strong>monstrar. Torna-se evi<strong>de</strong>nte que o médium iria confirmar<br />

haver recebi<strong>do</strong> a mensagem <strong>do</strong> espírito.<br />

Demais disso, resta saber se o padrão gráfico estampa<strong>do</strong> no<br />

<strong>do</strong>cumento emanava <strong>do</strong> punho <strong>do</strong> médium ou provinha <strong>do</strong> espírito.<br />

Se <strong>do</strong> primeiro, estaríamos, novamente, diante <strong>de</strong> uma petição <strong>de</strong><br />

princípio. Se <strong>do</strong> segun<strong>do</strong>, haveria, em tese, a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> realização<br />

<strong>do</strong> exame grafotécnico, efetiva<strong>do</strong> por meio <strong>da</strong>s indicações<br />

142 <strong>Revista</strong> <strong>da</strong> <strong>EMERJ</strong>, v. 11, nº 41, 2008

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