10 Anos da Revista EMERJ - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado ...
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cento) a ser acresci<strong>da</strong> ao valor principal <strong>da</strong> con<strong>de</strong>nação, a ser imposta<br />
a partir <strong>do</strong> décimo sexto dia, ou exatamente, <strong>do</strong> primeiro dia<br />
após o <strong>de</strong>curso <strong>do</strong> prazo legal dirigi<strong>do</strong> ao venci<strong>do</strong>, conforme o art.<br />
475-J <strong>do</strong> Código <strong>de</strong> Processo Civil. 14<br />
Somente após <strong>de</strong>corri<strong>do</strong> esse prazo, e <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> ex officio<br />
<strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> pelo juiz, arbitran<strong>do</strong> a multa, teríamos a presença <strong>do</strong><br />
cre<strong>do</strong>r, que <strong>da</strong>ria prosseguimento ao cumprimento, requeren<strong>do</strong> a<br />
expedição <strong>de</strong> man<strong>da</strong><strong>do</strong> <strong>de</strong> penhora e avaliação e apresentan<strong>do</strong> sua<br />
conta, na forma <strong>da</strong> parte final <strong>do</strong> mesmo diploma legal. Acha<strong>do</strong>s os<br />
bens suficientes para iniciar-se a fase <strong>de</strong> expropriação e satisfação,<br />
e efetiva<strong>do</strong> o auto <strong>de</strong> penhora, o advoga<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r restará intima<strong>do</strong><br />
para a apresentação <strong>de</strong> eventual impugnação, na forma <strong>do</strong><br />
parágrafo primeiro <strong>do</strong> art. 475-J.<br />
Será que então, to<strong>da</strong> a sentença que con<strong>de</strong>ne o <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r a<br />
pagar quantia certa <strong>de</strong>verá trazer em sua parte dispositiva o corte<br />
na base <strong>da</strong> legitimi<strong>da</strong><strong>de</strong> (que prepon<strong>de</strong>rantemente justificaria a eficácia<br />
executiva lato sensu), a <strong>de</strong>terminação <strong>do</strong> pagamento “atualiza<strong>do</strong>”<br />
<strong>da</strong> dívi<strong>da</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> prazo <strong>de</strong> 15 dias após o seu trânsito<br />
em julga<strong>do</strong>?<br />
Seria essa <strong>de</strong>terminação judicial o tal corte a que se refere a<br />
<strong>do</strong>utrina e que justificaria a eficácia executiva <strong>da</strong> <strong>de</strong>cisão?<br />
Por suposto, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ste raciocínio, o início <strong>do</strong> cumprimento<br />
se <strong>da</strong>ria imediatamente, e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ria, claro, <strong>da</strong> vonta<strong>de</strong> <strong>do</strong> venci<strong>do</strong><br />
em adimplir voluntariamente a <strong>de</strong>cisão proferi<strong>da</strong>, em obediência à<br />
<strong>de</strong>cisão jurisdicional, que verifican<strong>do</strong> o não-pagamento no prazo<br />
legal, imporia atos <strong>de</strong> coerção e posterior sub-rogação, com a con-<br />
14 Nesse senti<strong>do</strong> Athos Gusmão Carneiro, "Do cumprimento <strong>da</strong> sentença conforme a Lei n. 11.232/2005. Parcial<br />
retorno ao medievalismo? Por que não?" in “Novas Reformas <strong>do</strong> Código <strong>de</strong> Processo Civil”, <strong>Revista</strong> <strong>do</strong> Advoga<strong>do</strong>,<br />
AASP, 2006, p. 23, sustentan<strong>do</strong> que "assim, na sentença con<strong>de</strong>natória por quantia líqui<strong>da</strong> (ou na <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> liqui<strong>da</strong>ção<br />
<strong>de</strong> sentença), a lei alerta para o tempo iudicati <strong>de</strong> quinze dias, concedi<strong>do</strong> para que o <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r cumpra voluntariamente<br />
sua obrigação. Tal prazo passa automaticamente a fluir, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> qualquer intimação, <strong>da</strong> <strong>da</strong>ta em que<br />
a sentença (ou o acórdão, CPC, art. 512) se torne exigível, quer por haver transita<strong>do</strong> em julga<strong>do</strong>, quer porque<br />
interposto recurso sem efeito suspensivo". Essa é a posição <strong>de</strong> Humberto Theo<strong>do</strong>ro Jr., As novas Reformas <strong>do</strong> Código<br />
<strong>de</strong> Processo Civil, op. cit., p. 145, afirman<strong>do</strong> que "é <strong>do</strong> trânsito em julga<strong>do</strong> que se conta dito prazo, pois é <strong>da</strong>í que<br />
a sentença se torna exequível. Se porém, o recurso pen<strong>de</strong>nte não tiver efeito suspensivo, e, por isso, for cabível a<br />
execução provisória, o cre<strong>do</strong>r po<strong>de</strong>rá requerê-la com as cautelas respectivas, sem entretanto, exigir a multa. Se o<br />
trânsito em julga<strong>do</strong> ocorre em instância superior (em grau <strong>de</strong> recurso), enquanto os autos não baixarem à instância<br />
<strong>de</strong> origem, o prazo <strong>de</strong> quinze dias não correrá, por embaraço judicial. Será conta<strong>do</strong> a partir <strong>da</strong> intimação <strong>da</strong>s partes,<br />
<strong>da</strong> chega<strong>da</strong> <strong>do</strong> processo ao juízo <strong>da</strong> causa".<br />
278 <strong>Revista</strong> <strong>da</strong> <strong>EMERJ</strong>, v. 11, nº 41, 2008