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10 Anos da Revista EMERJ - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado ...

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em sua esfera <strong>de</strong> direito subjetivo, a Constituição Fe<strong>de</strong>ral garante-lhe<br />

o acesso à justiça (art. 5º, XXXV). To<strong>da</strong>via, o que ele<br />

irá buscar, via tutela jurisdicional, não é proteção <strong>de</strong> um direito<br />

difuso, cujo titular é uma coletivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> pessoas<br />

in<strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s e in<strong>de</strong>termináveis, mas <strong>de</strong> seu direito subjetivo<br />

diretamente atingi<strong>do</strong>. A ação, o processo e a coisa julga<strong>da</strong>,<br />

na hipótese pertencem ao direito processual individual; são<br />

aplicáveis, assim, as disposições <strong>do</strong> CPC. O que se nota na<br />

hipótese é que, ten<strong>do</strong> em vista que se trata <strong>de</strong> um direito cujo<br />

bem jurídico tutela<strong>do</strong> é, no mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s fatos, <strong>de</strong> impossível<br />

divisão, a procedência <strong>do</strong> pedi<strong>do</strong> formula<strong>do</strong> na ação individual<br />

ajuiza<strong>da</strong> po<strong>de</strong>rá atingir, favoravelmente, no mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s fatos,<br />

provocan<strong>do</strong> até mesmo efeitos análogos aos <strong>da</strong> procedência<br />

<strong>do</strong> pedi<strong>do</strong> <strong>da</strong> Ação Coletiva, caso fosse ajuiza<strong>da</strong> , a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> pessoas in<strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s, titular <strong>do</strong> respectivo direito<br />

difuso. Cita-se como exemplo, a questão ambiental, consoante<br />

já salienta<strong>do</strong> em tópico anterior, quan<strong>do</strong> se tratou <strong>do</strong> objeto<br />

<strong>do</strong> direito processual coletivo.<br />

A posição <strong>de</strong> Assagra <strong>de</strong> Almei<strong>da</strong>, inobstante a excelência <strong>de</strong><br />

sua obra, guar<strong>da</strong>, igualmente, incompreensões sobre a natureza <strong>do</strong>s<br />

interesses/direitos essencialmente coletivos, resultan<strong>do</strong> negativa a<br />

resposta à primeira pergunta acima formula<strong>da</strong>, mas afirmativa a resposta<br />

à segun<strong>da</strong> pergunta, embora o resulta<strong>do</strong> prático <strong>de</strong> ambas a<br />

ações venha a ser idêntico.<br />

De início, convém relembrar a opinião <strong>de</strong>fendi<strong>da</strong> pelo autor<br />

<strong>de</strong>ste trabalho <strong>de</strong> que os interesses/direitos coletivos não são direitos<br />

<strong>de</strong> uma coletivi<strong>da</strong><strong>de</strong> numa perspectiva jurídica <strong>de</strong> direito material,<br />

na medi<strong>da</strong> em que a coletivi<strong>da</strong><strong>de</strong> (ou a socie<strong>da</strong><strong>de</strong>) não é pessoa e,<br />

portanto, não é titular <strong>de</strong> direitos e <strong>de</strong> obrigações (embora a socie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

tenha sua existência <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista <strong>da</strong> Ciência Política ou <strong>da</strong><br />

Sociologia); são direitos individuais que, em razão <strong>da</strong> unitarie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

(transindividuali<strong>da</strong><strong>de</strong> essencial) ou similitu<strong>de</strong> pela origem comum<br />

(transindividuali<strong>da</strong><strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntal), po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>fendi<strong>do</strong>s conjuntamente<br />

pela legitimação extraordinária e regula<strong>do</strong>s concretamente através<br />

<strong>de</strong> tutela jurisdicional coletiva.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>da</strong> <strong>EMERJ</strong>, v. 11, nº 41, 2008<br />

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