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10 Anos da Revista EMERJ - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado ...

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Os interesses/direitos coletivos são institutos <strong>de</strong> direito processual<br />

e não institutos <strong>de</strong> direito material.<br />

Demais, não parece coerente, em vista <strong>da</strong> unitarie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

situação plurissubjetiva, a afirmação <strong>de</strong> que o indivíduo, em se tratan<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> "direitos difusos <strong>de</strong> dimensão individual", po<strong>de</strong>rá propor<br />

ação individual cujo pedi<strong>do</strong> não será a proteção <strong>de</strong> direito difuso,<br />

mas <strong>de</strong> direito individual. Ora, a proteção <strong>de</strong> direito individual, ao<br />

menos naquilo em que se inserir na posição global, terá efeitos imediatos<br />

sobre a situação jurídica individual <strong>do</strong>s <strong>de</strong>mais integrantes <strong>da</strong><br />

situação jurídica plurisubjetiva objeto <strong>da</strong> li<strong>de</strong> em razão <strong>do</strong> vínculo<br />

<strong>da</strong> unitarie<strong>da</strong><strong>de</strong> a que estão sujeitos. A proteção <strong>do</strong> direito individual<br />

é a proteção <strong>do</strong> "direito difuso", consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>-se este, na linguagem<br />

<strong>do</strong> autor referi<strong>do</strong>, como aquele <strong>de</strong> titulari<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> coletivi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

A proteção <strong>do</strong> indivíduo é a proteção <strong>do</strong> to<strong>do</strong> ou, melhor, <strong>de</strong><br />

to<strong>do</strong>s. Barbosa Moreira 22 , cui<strong>da</strong>n<strong>do</strong> <strong>do</strong> litisconsórcio unitário alerta:<br />

O resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> feito não po<strong>de</strong> às vezes <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> produzir-se<br />

a um só tempo e <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> igual para to<strong>do</strong>s os titulares situa<strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong> mesmo la<strong>do</strong>. Isso <strong>de</strong>corre <strong>da</strong> maneira pela qual essas<br />

posições jurídicas individuais se inserem na situação global.<br />

Daí haver entre as várias posições individuais uma vinculação<br />

tão íntima que qualquer evolução ou será homogênea ou impraticável.<br />

A afirmação <strong>de</strong> que a ação, o processo e a coisa julga<strong>da</strong> serão<br />

regula<strong>do</strong>s pelas regras <strong>do</strong> direito processual individual está<br />

correta em parte, sobretu<strong>do</strong> porque a coisa julga<strong>da</strong> <strong>de</strong>ve ter outro<br />

tratamento.<br />

Ora, em se tratan<strong>do</strong> <strong>de</strong> situação plurissubjetiva costura<strong>da</strong> pelo<br />

vínculo <strong>da</strong> unitarie<strong>da</strong><strong>de</strong>, disto resulta que a coisa julga<strong>da</strong> terá <strong>de</strong> se<br />

impor a to<strong>do</strong>s os eventuais titulares <strong>da</strong>s relações jurídicas individuais<br />

que compõem, no conjunto, a situação global plurissubjetiva.<br />

Não será razoável que, haven<strong>do</strong> <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong>finitiva sobre a<br />

cessação <strong>da</strong> ofensa e sobre a recomposição <strong>do</strong> meio ambiente, pos-<br />

22 MOREIRA, José Carlos Barbosa. Litisconsórcio Unitário, p. 143.<br />

248 <strong>Revista</strong> <strong>da</strong> <strong>EMERJ</strong>, v. 11, nº 41, 2008

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