09.05.2013 Views

10 Anos da Revista EMERJ - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado ...

10 Anos da Revista EMERJ - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado ...

10 Anos da Revista EMERJ - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

A Consoli<strong>da</strong>ção <strong>da</strong>s Leis <strong>do</strong> Trabalho, por exemplo, lei especial<br />

pertencente ao Direito Priva<strong>do</strong> 9 , em seu art. 9º dispõe serem<br />

"nulos <strong>de</strong> pleno direito" (ou seja, casos <strong>de</strong> nuli<strong>da</strong><strong>de</strong>) to<strong>do</strong>s os atos<br />

pratica<strong>do</strong>s com o intuito <strong>de</strong> contornar os seus preceitos. Não se discor<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong> que tentativas <strong>de</strong> burlar a legislação trabalhista <strong>de</strong>vem ser<br />

combati<strong>da</strong>s, e é por isso que a lei criou referi<strong>do</strong> meio <strong>de</strong> repressão.<br />

Mas também é certo que as normas <strong>de</strong> Direito <strong>do</strong> Trabalho cui<strong>da</strong>m <strong>de</strong><br />

interesses meramente particulares, ao menos em sua gran<strong>de</strong> maioria.<br />

4.2 Legitimi<strong>da</strong><strong>de</strong> para argüição<br />

Avançan<strong>do</strong> na análise <strong>da</strong> tentativa <strong>de</strong> sistematização <strong>da</strong>s<br />

invali<strong>da</strong><strong>de</strong>s, outra regra que se invoca para se diferenciar as nuli<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

<strong>da</strong>s anulabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s é a legitimi<strong>da</strong><strong>de</strong> supostamente mais ampla<br />

para se argüir aquelas. Os autores que assim sustentam se baseiam<br />

no art. 168 <strong>do</strong> Código Civil, que prevê a alegação <strong>da</strong>s nuli<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

por parte <strong>de</strong> qualquer interessa<strong>do</strong> e <strong>do</strong> Ministério Público.<br />

Contu<strong>do</strong>, o que esses estudiosos <strong>de</strong>ixam passar é que o próprio art.<br />

168 é explícito em <strong>de</strong>monstrar sua aplicabili<strong>da</strong><strong>de</strong> limita<strong>da</strong>. Com<br />

efeito, na sua parte inicial está expresso que a regra <strong>de</strong> legitimi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

ali disposta vale apenas para "as nuli<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>do</strong>s artigos antece<strong>de</strong>ntes".<br />

Não se trata <strong>de</strong> uma regra geral, portanto, mas sim bastante<br />

específica, restrita às hipóteses <strong>do</strong>s arts. 166 e 167. Assim, as<br />

nuli<strong>da</strong><strong>de</strong>s previstas em outros artigos ao longo <strong>do</strong> Código Civil, bem<br />

como aquelas dispostas em leis especiais <strong>de</strong> Direito Priva<strong>do</strong>, não<br />

estão, obrigatoriamente, submeti<strong>da</strong>s à mesma disciplina. É o caso,<br />

por exemplo, <strong>da</strong>s nuli<strong>da</strong><strong>de</strong>s inci<strong>de</strong>ntes sobre os atos <strong>de</strong> alienação<br />

<strong>do</strong>s imóveis <strong>do</strong>s filhos pratica<strong>do</strong>s pelos pais, sem autorização judicial,<br />

que, segun<strong>do</strong> o parágrafo único <strong>do</strong> art. 1.691 <strong>do</strong> Código Civil,<br />

somente po<strong>de</strong>m ser reclama<strong>da</strong>s pelos próprios filhos, her<strong>de</strong>iros ou<br />

representante legal. Quanto à legislação especial, po<strong>de</strong>m-se citar,<br />

<strong>de</strong>ntre outras, as nuli<strong>da</strong><strong>de</strong>s sobre cláusulas contratuais <strong>de</strong> contratos<br />

<strong>de</strong> consumo, previstas no Código <strong>de</strong> Defesa <strong>do</strong> Consumi<strong>do</strong>r<br />

(Lei nº 8.078), que somente po<strong>de</strong>m ser questiona<strong>da</strong>s pela parte que<br />

firmou o negócio jurídico e por ele se prejudicou.<br />

9 DELGADO, Maurício Godinho. Curso <strong>de</strong> Direito <strong>do</strong> Trabalho. São Paulo: LTr, 2004, p. 74.<br />

150 <strong>Revista</strong> <strong>da</strong> <strong>EMERJ</strong>, v. 11, nº 41, 2008

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!