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10 Anos da Revista EMERJ - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado ...

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3.1. Estrutura e função <strong>do</strong> contrato <strong>de</strong> financiamento com<br />

garantia real<br />

Com efeito, a concessão <strong>de</strong> financiamento ou o parcelamento<br />

<strong>de</strong> certo pagamento configura concessão <strong>de</strong> crédito, no seu mais amplo<br />

senti<strong>do</strong>, operação que é necessariamente precedi<strong>da</strong> <strong>de</strong> análise <strong>do</strong><br />

ca<strong>da</strong>stro e <strong>da</strong> ren<strong>da</strong> <strong>do</strong> solicitante <strong>do</strong> crédito. É com base nesse exame<br />

que se fixa o limite <strong>da</strong> operação, consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

pagamento <strong>do</strong> preten<strong>de</strong>nte. É a partir <strong>do</strong> exame <strong>de</strong>sses <strong>da</strong><strong>do</strong>s que o<br />

cre<strong>do</strong>r estabelece as <strong>de</strong>mais condições <strong>do</strong> financiamento.<br />

O valor <strong>da</strong>s prestações mensais e o prazo <strong>do</strong> contrato são estabeleci<strong>do</strong>s<br />

em estrita conformi<strong>da</strong><strong>de</strong> com a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> pagamento<br />

<strong>do</strong> toma<strong>do</strong>r, isto é, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um limite consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> suportável em<br />

relação à sua ren<strong>da</strong>. Com efeito, o financiamento, e o conseqüente<br />

parcelamento <strong>do</strong> pagamento têm como óbvio pressuposto a incapaci<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>do</strong> toma<strong>do</strong>r <strong>de</strong> pagar integralmente o preço, <strong>de</strong> uma só vez.<br />

Por isso é que precisa <strong>do</strong> financiamento e <strong>do</strong> parcelamento, e<br />

é esse mesmo pressuposto que leva a crer que, por ocasião <strong>da</strong> busca<br />

e apreensão, o <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r também não terá capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> financeira para<br />

pagar a totali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> dívi<strong>da</strong>. Essa circunstância po<strong>de</strong>ria levá-lo a<br />

per<strong>de</strong>r seu direito à aquisição <strong>do</strong> bem, importan<strong>do</strong> em imediata consoli<strong>da</strong>ção<br />

<strong>da</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> no patrimônio <strong>do</strong> cre<strong>do</strong>r sua ven<strong>da</strong> logo a<br />

seguir.<br />

Consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s as alternativas que se põem diante <strong>do</strong> cre<strong>do</strong>r -<br />

receber as parcelas venci<strong>da</strong>s, com a recomposição <strong>do</strong> fluxo mensal<br />

<strong>de</strong> recebimentos, ou apropriar-se <strong>do</strong> bem e vendê-lo - parece não<br />

haver dúvi<strong>da</strong> <strong>de</strong> que sua priori<strong>da</strong><strong>de</strong> será o recebimento <strong>do</strong> crédito,<br />

ain<strong>da</strong> que parcela<strong>da</strong>mente, sen<strong>do</strong> a apropriação <strong>do</strong> bem sua última<br />

opção, só admissível após frustra<strong>da</strong>s to<strong>da</strong>s as oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> emen<strong>da</strong><br />

<strong>da</strong> mora.<br />

É que o interesse <strong>do</strong> cre<strong>do</strong>r é o recebimento <strong>do</strong> seu crédito e<br />

não a apropriação <strong>do</strong> bem. Importa que receba no prazo programa<strong>do</strong><br />

e com os rendimentos pactua<strong>do</strong>s, que são calcula<strong>do</strong>s em termos<br />

compatíveis com o prazo <strong>de</strong> retorno <strong>do</strong> capital empresta<strong>do</strong>.<br />

o fato <strong>de</strong> serem contratos <strong>de</strong> trato sucessivo, em que o pagamento <strong>da</strong> obrigação se faz parcela<strong>da</strong>mente, justifican<strong>do</strong>se,<br />

por esse aspecto, equiparação <strong>de</strong> tratamento no que tange à purgação <strong>da</strong> mora, como forma <strong>de</strong> viabilizar a<br />

aplicação <strong>do</strong> princípio <strong>da</strong> conservação <strong>do</strong>s contratos.<br />

228 <strong>Revista</strong> <strong>da</strong> <strong>EMERJ</strong>, v. 11, nº 41, 2008

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