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10 Anos da Revista EMERJ - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado ...

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duali<strong>da</strong><strong>de</strong> processual entre cognição e execução que não mais se<br />

justificava. 22<br />

Por to<strong>da</strong> a longa exposição histórica trazi<strong>da</strong> por Liebman, ao<br />

final, reconhece o processualista italiano que "a sentença<br />

con<strong>de</strong>natória, to<strong>da</strong>via, a mais <strong>de</strong> conferir ao vence<strong>do</strong>r a actio<br />

iudicati, permite-lhe seguir, como sabemos, procedimento muito<br />

mais simples para obter a execução sem um novus processus: por<br />

essa via, po<strong>de</strong>-se atuar o ius executivum diretamente, sem verificação<br />

<strong>da</strong> subsistência <strong>do</strong> direito <strong>de</strong> crédito". 23<br />

Com objetivo <strong>de</strong> permitir uma simplificação e agilização <strong>do</strong><br />

procedimento, a via a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> nestas circunstâncias para na prática<br />

se efetivar o coman<strong>do</strong> judicial é uma petição, postula<strong>da</strong> pelo cre<strong>do</strong>r,<br />

sem actio, sem li<strong>de</strong>, sem libelo, e claro, sem a necessária produção<br />

<strong>de</strong> outra sentença, mas <strong>de</strong> forma rápi<strong>da</strong> e direta, que se caracterize<br />

pelo requerimento <strong>de</strong> exortar o <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r a cumprir a sentença sob<br />

pena <strong>de</strong> se efetivar preceito que or<strong>de</strong>na a execução. 24<br />

Um processo volta<strong>do</strong> aos fins a que se propõe, <strong>de</strong>limita<strong>do</strong>s<br />

pela busca incessante <strong>da</strong> entrega <strong>do</strong> bem <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> pleitea<strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />

início <strong>da</strong> relação processual, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> fazer atuar diversas mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> tutela <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as circunstâncias fáticas posteriores<br />

ao reconhecimento <strong>da</strong> obrigação, efetivan<strong>do</strong> o respectivo <strong>de</strong>cisum<br />

mediante a aplicação <strong>de</strong> meios executivos sub-rogatórios,<br />

man<strong>da</strong>mentais, <strong>de</strong> execução força<strong>da</strong>, por ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> estatal direta ou<br />

indireta, mas sempre, com base em conteú<strong>do</strong> con<strong>de</strong>natório.<br />

Desta forma, o cumprimento <strong>da</strong>s <strong>de</strong>cisões não necessitava e,<br />

agora, após a nova legislação processual em vigor, nos mol<strong>de</strong>s <strong>do</strong><br />

formato medieval, mais ain<strong>da</strong>, não necessita, <strong>da</strong> abertura <strong>de</strong> um<br />

22 Liebman, Embargos <strong>do</strong> Executa<strong>do</strong> ..., op. cit., p. 83, assinala que "no uso germânico e especialmente no<br />

longobar<strong>do</strong>, cognição e execução não se apresentavam distintas nem separa<strong>da</strong>s: o procedimento <strong>de</strong>stina<strong>do</strong> à<br />

satisfação <strong>do</strong> cre<strong>do</strong>r constituía um to<strong>do</strong> unitário, no qual se podia inserir a cognição como um inci<strong>de</strong>nte não autônomo<br />

, e ao pronunciamento <strong>da</strong> sentença sucedia diretamente, por obra <strong>do</strong> próprio juiz, a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> ten<strong>de</strong>nte a obter o<br />

adimplemento <strong>do</strong> <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r, ou, quan<strong>do</strong> menos, análoga promessa em forma solene, sem que, por isso, fosse <strong>de</strong> mister<br />

um requerimento especial <strong>do</strong> cre<strong>do</strong>r, o qual já estava implícito na petição inicial, que objetivava, não uma sentença,<br />

senão o resulta<strong>do</strong>, concreto, final, consistente no pagamento <strong>do</strong> débito ou na restituição <strong>da</strong> soma ou outra coisa<br />

qualquer".<br />

23 i<strong>de</strong>m, op. cit., p. 89<br />

24 i<strong>de</strong>m, op. cit., p. 92<br />

<strong>Revista</strong> <strong>da</strong> <strong>EMERJ</strong>, v. 11, nº 41, 2008<br />

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