10 Anos da Revista EMERJ - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado ...
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posse em favor <strong>da</strong> parte, caso não tenha havi<strong>do</strong> cumprimento voluntário<br />
<strong>da</strong> <strong>de</strong>cisão pois estar-se-ia restituin<strong>do</strong> ao ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro e legítimo<br />
possui<strong>do</strong>r a sua condição jurídica que fora viola<strong>da</strong>.<br />
Houve execução autônoma? Não, mas simples atos <strong>de</strong> natureza<br />
executiva conseqüentes <strong>da</strong> <strong>de</strong>cisão prolata<strong>da</strong>. Mas por quê?<br />
Por que assim quis o legisla<strong>do</strong>r, por força <strong>de</strong> política legislativa no<br />
que tange à proteção possessória.<br />
Mas por que não estaríamos neste caso, diante <strong>de</strong> sentença<br />
con<strong>de</strong>natória? Somente pelo fato <strong>de</strong> que teria o juiz reconheci<strong>do</strong> a<br />
legitimi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> posse <strong>de</strong> uma <strong>da</strong>s partes na sentença?<br />
Ora, se o juiz reconhece a posse <strong>de</strong> alguém em sua <strong>de</strong>cisão,<br />
está sem dúvi<strong>da</strong>, antes <strong>de</strong> tu<strong>do</strong>, a perfazer ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>claratória e<br />
quan<strong>do</strong> <strong>de</strong>termina a entrega <strong>de</strong>sta posse por alguém, emite um coman<strong>do</strong><br />
que se <strong>de</strong>limita em uma obrigação.<br />
Também assim, na man<strong>da</strong>mentali<strong>da</strong><strong>de</strong>, que obriga a autori<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
pública ou o ente particular a perfazer ou não <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> ato.<br />
Qual a diferença entre ambas as sentenças? A <strong>de</strong> que em uma<br />
(man<strong>da</strong>mental) estaríamos diante <strong>de</strong> uma obrigação infungível e em<br />
outra (executiva lato sensu) <strong>de</strong> uma obrigação que po<strong>de</strong> ser substituí<strong>da</strong><br />
por atos <strong>de</strong> sub-rogação estatal, sen<strong>do</strong> niti<strong>da</strong>mente aqui,<br />
marca<strong>da</strong> pela fungibili<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />
Assim sen<strong>do</strong>, em ambas as hipóteses aponta o legisla<strong>do</strong>r em<br />
procedimentos diversos, a intenção <strong>de</strong> melhor tutelar estas obrigações,<br />
aplican<strong>do</strong> à <strong>de</strong>cisão que as reconhece ou estabelece, meios<br />
eficazes <strong>de</strong> cumprimento, seja por vias diretas, como a or<strong>de</strong>m conti<strong>da</strong><br />
na man<strong>da</strong>mentali<strong>da</strong><strong>de</strong>, seja, por atos <strong>de</strong> sub-rogação, sem execução<br />
autômoma, <strong>de</strong>volven<strong>do</strong> ao vence<strong>do</strong>r sua condição jurídica<br />
até então viola<strong>da</strong>, seja mediante atos expropriatórios expedi<strong>do</strong>s pelo<br />
Esta<strong>do</strong>-juiz em vista <strong>do</strong> não-cumprimento voluntário a quem esta<br />
obrigação é vincula<strong>da</strong>. 3<br />
3 Proto Pisani, op. cit., p. 161, sustenta que a tutela con<strong>de</strong>natória po<strong>de</strong> ser verifica<strong>da</strong> tanto em um plano repressivo<br />
quanto em um plano preventivo, <strong>da</strong>í porque a referi<strong>da</strong> tutela po<strong>de</strong>ria ser efetiva<strong>da</strong> em diversos senti<strong>do</strong>s <strong>de</strong> acor<strong>do</strong><br />
com a pretensão postula<strong>da</strong> em juízo, seja com objetivo sub-rogatório, seja na forma <strong>da</strong> utilização <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong><br />
coerção, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ser impresso, assim, caráter executivo lato sensu ou man<strong>da</strong>mental aos efeitos <strong>da</strong> <strong>de</strong>cisão prolata<strong>da</strong>,<br />
sem que se <strong>de</strong>snature a condição <strong>de</strong> con<strong>de</strong>natória <strong>da</strong> tutela presta<strong>da</strong>. Barbosa Moreira, ao tratar <strong>da</strong> questão, in<br />
Temas <strong>de</strong> Direito Processual: Oitava Série, São Paulo: Saraiva, 2004, p. 135, cita vários exemplos <strong>de</strong> tutelas <strong>de</strong><br />
con<strong>de</strong>nação que não correspon<strong>da</strong>m a título executivo stricto sensu e, portanto, não aparelham processo <strong>de</strong><br />
execução autônomo, como a sentença que con<strong>de</strong>na à per<strong>da</strong> <strong>de</strong> sinal pago, à relativa à prestação futura <strong>de</strong> alimentos<br />
<strong>Revista</strong> <strong>da</strong> <strong>EMERJ</strong>, v. 11, nº 41, 2008<br />
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