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10 Anos da Revista EMERJ - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado ...

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evisional se impõe. Esta a<strong>de</strong>quação po<strong>de</strong> ser leva<strong>da</strong> a efeito a qualquer<br />

tempo, mesmo que inexista alteração nas condições econômicas<br />

ou na situação <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>de</strong> qualquer <strong>da</strong>s partes.<br />

Nessa hipótese igualmente não cabe alegar coisa julga<strong>da</strong>, pois<br />

esta não se cristaliza se, quan<strong>do</strong> <strong>da</strong> fixação <strong>do</strong>s alimentos, foi <strong>de</strong>srespeita<strong>do</strong><br />

o princípio <strong>da</strong> proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Outra não po<strong>de</strong> ser a<br />

solução. Esta é a única forma <strong>de</strong> impedir a perpetuação <strong>de</strong> flagrantes<br />

injustiças. Cabe o exemplo mais corriqueiro: quan<strong>do</strong> os alimentos<br />

são fixa<strong>do</strong>s sem que tenha idéia o cre<strong>do</strong>r <strong>do</strong>s reais ganhos <strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r, até porque, em geral, não convivem alimentante e alimenta<strong>do</strong><br />

sob o mesmo teto e, muitas vezes, sequer resi<strong>de</strong>m na mesma<br />

ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Isso tu<strong>do</strong> sem consi<strong>de</strong>rar a intenção <strong>do</strong> <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r <strong>de</strong> não cumprir<br />

com a obrigação <strong>de</strong> sustento, sen<strong>do</strong> unilaterais os elementos<br />

trazi<strong>do</strong>s como prova <strong>da</strong> sua condição <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>. 8 Ora, ao tomar conhecimento<br />

o cre<strong>do</strong>r <strong>de</strong> que o valor estabeleci<strong>do</strong> <strong>de</strong>saten<strong>de</strong> ao princípio<br />

<strong>da</strong> proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong>, cabe buscar a a<strong>de</strong>quação, sem que possa<br />

o <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r sustentar que a pretensão esbarra na coisa julga<strong>da</strong>.<br />

Cabe lembrar que a obrigação alimentar tem características<br />

próprias: visa a assegurar o direito à vi<strong>da</strong>, emanação <strong>do</strong> direito <strong>da</strong><br />

personali<strong>da</strong><strong>de</strong>, 9 que tem assento constitucional (CF, art. 5º), sen<strong>do</strong><br />

regula<strong>do</strong> por normas cogentes <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m pública, tanto que os alimentos<br />

são irrenunciáveis (CC, art. 1.707). Mais: é ao juiz que cabe<br />

fixar o valor <strong>do</strong>s alimentos, tanto que tem ele a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> estipular<br />

valor superior ao pleitea<strong>do</strong> pelo autor, sem que se possa falar<br />

em <strong>de</strong>cisão ultra petita ou afronta ao art. 460 <strong>do</strong> CPC, nem tampouco<br />

ao art. 485, V, <strong>do</strong> mesmo estatuto legal. <strong>10</strong> Desincumbe-se o juiz <strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>ver <strong>de</strong> fixar o valor <strong>do</strong>s alimentos mediante a análise <strong>da</strong>s provas<br />

vin<strong>da</strong>s ao processo, atentan<strong>do</strong> ao fato <strong>de</strong> que, nas ações <strong>de</strong> alimento,<br />

há a inversão <strong>do</strong>s ônus probatórios. Ao autor cabe tão-só provar a<br />

obrigação alimentar <strong>do</strong> réu (LA, art. 2º). É <strong>do</strong> alimentante o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong><br />

comprovar seus ganhos, até porque é difícil ao cre<strong>do</strong>r ter acesso a<br />

tais <strong>da</strong><strong>do</strong>s, protegi<strong>do</strong>s que se encontram pela inviolabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> di-<br />

8 Francisco José Cahali. Oferta <strong>de</strong> Alimentos, 162.<br />

9 Yussef Said Cahali. Dos Alimentos, 34.<br />

<strong>10</strong> Belmiro Pedro Welter. Alimentos no Código Civil, 274.<br />

46 <strong>Revista</strong> <strong>da</strong> <strong>EMERJ</strong>, v. 11, nº 41, 2008

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