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10 Anos da Revista EMERJ - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado ...

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Como consta <strong>da</strong> Exposição <strong>de</strong> Motivos (Projeto <strong>de</strong> Lei <strong>do</strong> Executivo<br />

3.065/2004) essa antecipação visa a evitar o risco <strong>de</strong> <strong>de</strong>terioração<br />

<strong>do</strong> bem, sobretu<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> se trata <strong>de</strong> automóveis, que permanecem<br />

em pátios ao longo <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o processamento até o trânsito<br />

em julga<strong>do</strong> <strong>da</strong> sentença.<br />

Faz senti<strong>do</strong>.<br />

Para aten<strong>de</strong>r a esse propósito, a lei prevê que, efetiva<strong>da</strong> a apreensão<br />

<strong>do</strong> bem e não haven<strong>do</strong> purgação <strong>da</strong> mora nos cinco dias subseqüentes,<br />

consi<strong>de</strong>ram-se <strong>de</strong> pleno direito consoli<strong>da</strong><strong>da</strong>s a proprie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

e a posse no patrimônio <strong>do</strong> cre<strong>do</strong>r, expedin<strong>do</strong>-se <strong>de</strong>s<strong>de</strong> logo<br />

novo certifica<strong>do</strong> em nome <strong>do</strong> cre<strong>do</strong>r ou <strong>do</strong> terceiro para o qual ele<br />

tenha vendi<strong>do</strong> o bem.<br />

De fato, a proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> fiduciária em garantia na<strong>da</strong> mais é <strong>do</strong><br />

que uma proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> subordina<strong>da</strong> a uma condição resolutiva; o evento<br />

a que correspon<strong>de</strong> essa condição é o pagamento <strong>da</strong> dívi<strong>da</strong> vincula<strong>da</strong><br />

à proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> fiduciária, e sua reversão ou consoli<strong>da</strong>ção resulta,<br />

<strong>de</strong> pleno direito, <strong>da</strong> verificação <strong>da</strong> condição, que, quan<strong>do</strong> expressa,<br />

"opera <strong>de</strong> pleno direito, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> interpelação, vale<br />

dizer, verifica<strong>da</strong> a condição (seja positiva, seja negativa), atua automaticamente<br />

sobre o vínculo jurídico, resolven<strong>do</strong>-o (...) vale por si<br />

só e dispensa a intervenção <strong>do</strong> judiciário." 7 Por isso mesmo, a sentença<br />

que julga proce<strong>de</strong>nte o pedi<strong>do</strong> na ação <strong>de</strong> busca e apreensão<br />

tem caráter <strong>de</strong>claratório, 8 "não é a sentença que constitui a consoli<strong>da</strong>ção<br />

<strong>da</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> (...) simplesmente a <strong>de</strong>clara", 9 pois a consoli<strong>da</strong>ção<br />

já terá ocorri<strong>do</strong> tão-só por efeito <strong>do</strong> evento correspon<strong>de</strong>nte à<br />

condição.<br />

Nesse aspecto, a reformulação legislativa <strong>da</strong> Lei <strong>10</strong>.931/04<br />

está coerente com os princípios.<br />

7 PEREIRA, Caio Mário <strong>da</strong> Silva, Instituições <strong>de</strong> direito civil. <strong>Revista</strong> e atualiza<strong>da</strong> <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o Código Civil<br />

<strong>de</strong> 2002. Atualiza<strong>do</strong>ra: Maria Celina Bodin <strong>de</strong> Moraes. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Forense, 20. ed., 2004, v. I, p. 568/569). No<br />

mesmo senti<strong>do</strong>, Espínola assinala que os efeitos <strong>da</strong> condição, quan<strong>do</strong> expressa, se produzem "sem intervenção <strong>do</strong>s<br />

tribunais e dispensa<strong>da</strong> qualquer ação. Não é necessária a intervenção <strong>do</strong> juiz para pronunciar a resolução <strong>do</strong><br />

contrato, não lhe sen<strong>do</strong> lícito até mesmo consi<strong>de</strong>rá-lo como não extinto." in CARVALHO SANTOS, J. M. <strong>de</strong>, Código<br />

Civil Brasileiro Interpreta<strong>do</strong>. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Livraria Freitas Bastos, 12. ed., 1984, v. III, p. 71.<br />

8 RESTIFFE NETO, Paulo. Garantia fiduciária. São Paulo: <strong>Revista</strong> <strong>do</strong>s Tribunais, 1975, p. 381.<br />

9 ASSUMPÇÃO, Márcio Calil. Ação <strong>de</strong> busca e apreensão <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> alienação fiduciária em garantia. São<br />

Paulo: Editora Juarez <strong>de</strong> Oliveira. 2. ed., 2006, p. 153.<br />

234 <strong>Revista</strong> <strong>da</strong> <strong>EMERJ</strong>, v. 11, nº 41, 2008

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